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Para governo, embargo russo está próximo do fim

Após mais de seis meses do início do embargo a diversos frigoríficos, a distensão entre os dois países está próxima de levar a um acordo

Ainda não há uma data para que o embargo termine (Emmanuel Dunand/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 18h36.

Brasília – O governo acredita que o embargo russo à importação de carnes brasileiras pode estar perto do fim. Após mais de seis meses do início do embargo a diversos frigoríficos, a distensão entre os dois países no tema nunca esteve tão próxima de levar a um acordo como agora, mas o embargo ainda não tem data para terminar.

Segundo o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, a pasta enviará, até 10 de fevereiro, uma resposta ao relatório russo que detalha correções que deveriam ser feitas em plantas inspecionadas em novembro, durante missão nos estados de Goiás, São Paulo e Mato Grosso.

O relatório chegou ao ministério apenas este mês, uma semana antes do ministro Mendes Ribeiro Filho se reunir com a ministra da Agricultura da Rússia, Yelena Skrynnik, durante evento em Berlim, na Alemanha, no último fim de semana.

Durante o encontro, o ministro explicou à sua colega russa que o serviço de inspeção dos frigoríficos brasileiros é federal, tornando injustificável o embargo feito a estados, como foi feito ao Rio Grande do Sul, terra natal de Mendes Ribeiro, além do Paraná e Mato Grosso, embargados totalmente.

Segundo o diretor de Programa da Secretaria de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, que também esteve em Berlim, foi firmado um acordo entre dois países para que sejam feitas reuniões técnicas, depois das respostas aos relatórios, para gerar um “protocolo de equivalência”, equiparando as exigências de Brasil e Rússia na área sanitária.


Segundo Marques, a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), que deve ser aprovada pelo parlamento russo em breve, pode ajudar a resolver a questão, porque os russos disseram na reunião que passarão a aplicar os critérios da União Europeia, aos quais o Brasil já se adequa.

Nos dias 17 e 18 de março, o ministério também deve sediar o Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Rússia, feito pela última vez em 2010. A ministra Yelena, que durante encontro em Berlim pediu celeridade a seus técnicos para resolverem a questão da carne brasileira, disse que, se for mantida no cargo após as eleições presidenciais russas, que ocorrem em março, pode vir à reunião, além de participar da Conferência Rio+20, em junho.

Apesar da Rússia ter sido, por anos, o maior mercado comprador das carnes brasileiras, o embargo imposto a vários estabelecimentos do país não afetou, como se imaginava, as exportações brasileiras de carnes em 2011. Os embarques para a Rússia tiveram redução de 19,6%, mas, segundo Porto, foram compensadas pelo crescimento de 14,7% nas vendas para outros mercados.

Por segmento, os embarques para a Rússia tiveram redução de 1,1% na carne bovina, 50,5% na de frango e 39,4% na suína. No entanto, para outros mercados, houve aumento de 11,5%, 19,9% e 7%, respectivamente.

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Brasília – O governo acredita que o embargo russo à importação de carnes brasileiras pode estar perto do fim. Após mais de seis meses do início do embargo a diversos frigoríficos, a distensão entre os dois países no tema nunca esteve tão próxima de levar a um acordo como agora, mas o embargo ainda não tem data para terminar.

Segundo o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, a pasta enviará, até 10 de fevereiro, uma resposta ao relatório russo que detalha correções que deveriam ser feitas em plantas inspecionadas em novembro, durante missão nos estados de Goiás, São Paulo e Mato Grosso.

O relatório chegou ao ministério apenas este mês, uma semana antes do ministro Mendes Ribeiro Filho se reunir com a ministra da Agricultura da Rússia, Yelena Skrynnik, durante evento em Berlim, na Alemanha, no último fim de semana.

Durante o encontro, o ministro explicou à sua colega russa que o serviço de inspeção dos frigoríficos brasileiros é federal, tornando injustificável o embargo feito a estados, como foi feito ao Rio Grande do Sul, terra natal de Mendes Ribeiro, além do Paraná e Mato Grosso, embargados totalmente.

Segundo o diretor de Programa da Secretaria de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, que também esteve em Berlim, foi firmado um acordo entre dois países para que sejam feitas reuniões técnicas, depois das respostas aos relatórios, para gerar um “protocolo de equivalência”, equiparando as exigências de Brasil e Rússia na área sanitária.


Segundo Marques, a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), que deve ser aprovada pelo parlamento russo em breve, pode ajudar a resolver a questão, porque os russos disseram na reunião que passarão a aplicar os critérios da União Europeia, aos quais o Brasil já se adequa.

Nos dias 17 e 18 de março, o ministério também deve sediar o Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Rússia, feito pela última vez em 2010. A ministra Yelena, que durante encontro em Berlim pediu celeridade a seus técnicos para resolverem a questão da carne brasileira, disse que, se for mantida no cargo após as eleições presidenciais russas, que ocorrem em março, pode vir à reunião, além de participar da Conferência Rio+20, em junho.

Apesar da Rússia ter sido, por anos, o maior mercado comprador das carnes brasileiras, o embargo imposto a vários estabelecimentos do país não afetou, como se imaginava, as exportações brasileiras de carnes em 2011. Os embarques para a Rússia tiveram redução de 19,6%, mas, segundo Porto, foram compensadas pelo crescimento de 14,7% nas vendas para outros mercados.

Por segmento, os embarques para a Rússia tiveram redução de 1,1% na carne bovina, 50,5% na de frango e 39,4% na suína. No entanto, para outros mercados, houve aumento de 11,5%, 19,9% e 7%, respectivamente.

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