Economia

Para FMI, economia precisa se preocupar com "três Ts"

O FMI reduziu na semana passada suas previsões de crescimento do PIB mundial, a 3,1% em 2016 e 3,4% em 2017


	Trump: o terceiro fator está relacionado à indicação como candidato republicano às eleições americanas de novembro do magnata
 (Jake Parrish / Reuters)

Trump: o terceiro fator está relacionado à indicação como candidato republicano às eleições americanas de novembro do magnata (Jake Parrish / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2016 às 15h36.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu neste sábado aos países ricos do G20 que aumente o gasto público para acelerar a economia mundial, confrontada com novos riscos como o Brexit e atentados.

"O crescimento mundial continua sendo frágil e os riscos de recaídas se tornaram mais proeminentes", advertiu o FMI antes do início, em Chengdu (sudoeste da China), de uma reunião de dois dias dos ministros das Finanças e diretores de bancos centrais de G20, uma instância que reúne as principais potências industrializadas e emergentes.

"O crescimento pode ser, inclusive, menor, se persistirem as incertezas econômicas e provocadas pelo Brexit", especifica o relatório em referência à decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE).

O FMI reduziu na semana passada suas previsões de crescimento do PIB mundial, a 3,1% em 2016 e 3,4% em 2017, em ambos os casos um décimo a menos que em suas projeções anteriores.

A instituição pede em particular aos países com economias avançadas, como Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Austrália, que orientem mais fundos públicos para obras de infraestruturas um assunto que causa divisões no G20.

Em reuniões anteriores do G20, a Alemanha denunciou as tentativas "ineficazes" de reativação econômica com medidas orçamentárias e mantém firme sua reivindicação de "reformas estruturais" que permitam conter os déficits públicos.

Segundo o FMI, "a ampliação dos investimentos de infraestrutura ajudariam a aumentar a capacidade de produção, a reforçar a demanda de curto prazo e a catalisar o investimento privado".

Terrorismo, Turquia, Trump

A economia mundial enfrenta outras incertezas, que o membro de uma delegação do G20 definiu como "os três T": terrorismo, Turquia e Trump.

O atentado radical que em 14 de julho deixou 84 mortos em Nice, o terceiro ataque sofrido pela França em 18 meses, gerou nervosismo nos mercados. Na sexta-feira, um jovem de dupla nacionalidade alemã e iraniana matou 9 pessoas em Munique (sul da Alemanha), antes de suicidar-se.

A Turquia, onde uma tentativa de golpe de Estado contra o presidente Recep Tayyip Erdogan foi seguida de uma repressão implacável, preocupa os aliados ocidentais do país, considerado estratégico na região.

O vice-primeiro-ministro turco Mehmet Simsek tentou acalmar essa preocupações, em um seminário sobre juros realizado neste sábado em Chengdu.

"Apesar do ocorrido há uma semana na Turquia (...), continuaremos aderindo com firmeza aos princípios democráticos e ao Estado de direito", afirmou.

O terceiro fator está relacionado à indicação como candidato republicano às eleições americanas de novembro do magnata Donald Trump, que ganhou as primárias com um discurso xenófobo e protecionista.

Na reunião ministerial de fevereiro, o G20 prometeu recorrer a "todos os instrumentos" a seu alcance para estimular a economia mundial.

"O G20 nos deu maior capacidade para focar de maneira global o uso das diferentes ferramentas à nossa disposição para promover o crescimento", disse no seminário de sábado o secretário americano do Tesouro, Jacob Lew.

Os analistas preveem um maior uso maior das medidas fiscais, diante do esgotamento das medidas de flexibilização monetária usadas pelos bancos centrais para tratar de alimentar o crédito.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCelebridadesDonald TrumpEmpresáriosEuropaFMITerrorismoTurquia

Mais de Economia

Tesouro adia para 15 de janeiro resultado das contas de novembro

Câmara apresenta justificativa sobre emendas e reitera que Câmara seguiu pareceres do governo

Análise: Inflação preocupa e mercado já espera IPCA de 5% em 2025

Salário mínimo 2025: por que o valor será menor com a mudança de regra