Economia

Para Banco Mundial, Brasil deve crescer 2,4% este ano

O número é maior apenas que as taxas previstas para o Irã e o Egito, respectivamente de 1% e 2,2%


	Navios descarregam no Porto de Santos: o BM vê a economia brasileira se recuperando nos próximos dois anos, puxada pela expansão das exportações
 (Andrew Harrer/Bloomberg News)

Navios descarregam no Porto de Santos: o BM vê a economia brasileira se recuperando nos próximos dois anos, puxada pela expansão das exportações (Andrew Harrer/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 07h23.

Nova York - O Brasil deve ter uma das menores taxas de crescimento este ano entre os países emergentes, prevê o Banco Mundial.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve se expandir 2,4%, maior apenas que as taxas previstas para o Irã e o Egito, respectivamente de 1% e 2,2%, de acordo com números citados no relatório "Perspectiva Econômica Global 2014", divulgado nesta terça-feira, 14, em Washington.

O Brasil deve também crescer menos que a economia global, com expansão prevista de 3,2% em 2014, e que os países em desenvolvimento (média de 5,3%), prevê o Banco Mundial.

A instituição, porém, está mais otimista com o País que economistas brasileiros. O mercado financeiro, de acordo com o Relatório Focus, do Banco Central, espera crescimento de 1,99% este ano.

O Banco Mundial vê a economia brasileira se recuperando nos próximos dois anos, puxada pela expansão das exportações e investimentos públicos para a Copa do Mundo e a Olimpíada. Em 2015, segundo a instituição, o PIB deve crescer 2,7%. Apesar da melhora, ainda deve ficar abaixo da média mundial.

As projeções dos economistas do banco apontam para uma expansão de 3,4% para a economia global e de 5,5% para os emergentes no ano que vem. Em 2016, o PIB brasileiro deve avançar 3,7%, voltando depois de alguns anos a ficar acima da média da economia global, de 3,5%, mas ainda abaixo dos emergentes, com 5,7%.


contas públicas

Ainda no documento, o Banco Mundial divulga projeções para o balanço da conta corrente em relação ao PIB, que deve piorar este ano no Brasil na comparação a 2013, para em seguida melhorar. O indicador deve ficar negativo em 3,7% em 2014, ante 3,6% em 2013. Em 2016, deve ficar negativo em 3,2%, prevê o relatório.

São os países com pior situação nas contas externas os mais sujeitos a reações adversas às mudanças na política monetária dos Estados Unidos, destaca o documento.

O relatório avalia que o crescimento dos emergentes voltou a melhorar na segunda metade de 2013, depois de um fraco início de ano. Mas o documento aponta que essa recuperação tem sido desigual, com países como o Brasil mostrando contração no PIB no terceiro trimestre do ano passado, enquanto outros países como Tailândia, China, México e Malásia aceleravam suas taxas de expansão da economia.

Boa parte do relatório é dedicada a avaliar os impactos na economia global da mudança na política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).

O Banco Mundial chama atenção para o fato de que os investidores estão fazendo uma maior diferenciação entre os emergentes, ao contrário de outros momentos. Assim, países com números piores, por exemplo, nas contas externas, como Brasil, África do Sul, Indonésia e Índia, foram mais afetados desde maio, quando o Fed sinalizou pela primeira vez que poderia mudar sua política.


Capital externo

Agora que o Fed vai efetivamente começar a reduzir as compras mensais de ativos, o Banco Mundial alerta que os países emergentes precisam ficar vigilantes e prontos para responder a pressões no mercado financeiro.

O documento também recomenda que esses países façam, para lidar com esse novo cenário, reformas estruturais e reforcem mecanismos de proteção.

No caso da América Latina, a previsão do Banco Mundial é de que a região receba menos capital externo este ano, com US$ 278 bilhões, considerando os fluxos líquidos de capital privado. Em 2013, foram US$ 290 bilhões. Para 2015, a previsão é de recuperação, com US$ 295 bilhões.

Ainda sobre o Brasil, o relatório comenta a piora das contas públicas do País e cita a estratégia do governo de usar os bancos públicos para estimular o mercado de crédito. A estratégia, diz o documento, pode contribuir para aumentar a vulnerabilidade do País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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