Economia

Para atingir Maduro, EUA cogitam sanções ao petróleo da Venezuela

As sanções devem ser contra uma empresa de serviços petrolíferos comandada por militares

Maduro: a Venezuela foi a quarta maior fornecedora de petróleo aos EUA em 2017 (Marco Bello/Reuters)

Maduro: a Venezuela foi a quarta maior fornecedora de petróleo aos EUA em 2017 (Marco Bello/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de março de 2018 às 09h01.

Última atualização em 1 de março de 2018 às 14h21.

Washington - O governo dos Estados Unidos está cogitando impor sanções contra uma empresa de serviços petrolíferos da Venezuela comandada pelos militares e restringir a cobertura de segurança para carregamentos de petróleo venezuelano para aumentar a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro, disse uma autoridade dos EUA na quarta-feira.

Como Maduro concorrerá a um novo mandato em uma eleição de abril que Washington e seus aliados rejeitam por verem como uma fraude, os EUA estão estudando sanções que mirariam o crucial setor petrolífero para além do que já foi feito, disse a autoridade à Reuters. Algumas medidas podem ser adotadas antes da votação e outras podem ser impostas posteriormente.

O funcionário, que está a par das deliberações internas de Washington sobre a política para a Venezuela e falou sob condição de anonimato, não descartou uma futura proibição total a carregamentos de petróleo venezuelano para os EUA, o que representaria uma das sanções mais duras ligadas à commodity.

"Acho (que causaria) um choque bem forte no mercado de petróleo no curto prazo", afirmou a autoridade.

O funcionário enfatizou que nenhuma decisão foi tomada e que qualquer ação norte-americana levará em consideração o dano em potencial aos venezuelanos comuns, já sofrendo com uma escassez de alimentos e uma hiperinflação, e aos vizinhos do país, além do impacto para a indústria petrolífera dos EUA e os consumidores norte-americanos.

A Venezuela foi a quarta maior fornecedora de petróleo aos EUA em 2017, de acordo com a Agência de Informações sobre Energia, mas no ano passado suas vendas de petróleo para os EUA foram as mais baixas desde 1991, segundo dados de fluxo comercial da Thomson Reuters.

"Sanções ao petróleo não são adotadas levianamente", disse a autoridade. "Esta seria uma escalada bem forte na política dos EUA, seja uma sanção completa ao petróleo ou fatias de salame de medidas graduais diferentes".

O governo dos EUA também estuda sanções contra outras figuras políticas e militares de alto escalão da Venezuela, como Diosdado Cabello, o número dois do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), segundo a autoridade.

Especialistas afirmam que sanções individuais têm tido pouco ou nenhum efeito sobre as políticas de governo da Venezuela. O próprio Maduro, sancionado no ano passado, desdenha constantemente da desaprovação de Washington e culpa o "império" norte-americano pelos problemas econômicos de sua nação.

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