Economia

País perdeu 497 mil vagas com carteira assinada no período de um ano

Total de vagas formais caiu a 32,834 milhões de postos, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012

Mercado de trabalho no país perdeu 497 mil vagas com carteira assinada no período de um ano (Reinaldo Canato/VEJA)

Mercado de trabalho no país perdeu 497 mil vagas com carteira assinada no período de um ano (Reinaldo Canato/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de julho de 2018 às 11h34.

Rio - O mercado de trabalho no país perdeu 497 mil vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 1,5% no segundo trimestre de 2018 ante o mesmo trimestre de 2017, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O total de vagas formais caiu a 32,834 milhões de postos, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.

"Há exatamente quatro anos, a população ocupada com carteira assinada atingiu o maior nível da série, 36,880 milhões de pessoas, agora atinge o menor nível, 32,834 milhões", apontou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 3,5% em um ano, com 367 mil empregados a mais. "Lembrando que é um trabalho ilegal, porque ninguém pode trabalhar no Brasil sem carteira assinada no setor privado", ponderou Azeredo.

O total de empregadores cresceu 4,2% ante o segundo trimestre de 2017, com 176 mil pessoas a mais.

O trabalho por conta própria cresceu 2,5% no período, com 555 mil pessoas a mais. A condição de trabalhador familiar auxiliar diminuiu 1,7%, com 37 mil ocupados a menos. O setor público gerou 310 mil vagas, um avanço de 2,7% na ocupação.

Houve aumento de 127 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 2,1% de ocupados a mais nessa função.

Setores

A construção cortou 170 mil postos de trabalho no período de um ano, segundo dados da Pnad Contínua, iniciada em 2012 pelo IBGE. O total de ocupados na atividade encolheu 2,5% no segundo trimestre de 2018 ante o mesmo período de 2017.

Também houve corte de vagas no setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com menos 158 mil empregados, um recuo de 1,8% no total de ocupados. O comércio demitiu 24 mil empregados, ligeira queda de 0,1% na ocupação no setor.

Na direção oposta, a indústria criou 143 mil postos de trabalho no período de um ano, uma alta de 1,2% no total de ocupados no setor no segundo trimestre deste ano ante o mesmo trimestre de 2017. A atividade de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas - que inclui alguns serviços prestados à indústria - registrou um crescimento de 88 mil vagas em um ano, 0,9% de ocupados a mais.

Também houve aumento no contingente de trabalhadores de alojamento e alimentação (133 mil empregados), outros serviços (267 mil pessoas), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (571 mil vagas), transporte, armazenagem e correio (29 mil vagas) e serviços domésticos (100 mil).

Salários

A massa de salários em circulação na economia cresceu R$ 4,381 bilhões no período de um ano, para R$ 195,651 bilhões, uma alta de 2,3% no segundo trimestre de 2018 em relação ao mesmo período de 2017, puxada pelo aumento no número de pessoas trabalhando.

Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a massa de renda real subiu 1,1%, com R$ 2,106 bilhões a mais. No mesmo período, 657 mil postos de trabalho foram criados.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve elevação de 0,3% na comparação com o primeiro trimestre, R$ 6 a mais. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a renda média subiu 1,1%, para R$ 2.198, R$ 24 a mais que o salário de um ano antes.

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