Economia

Otimista com o Brasil, Emirates expandirá voos no Rio e aumentará oferta de '4ª cabine'

Diretor da empresa no país não vê alta do dólar como um problema e diz que demanda por viagens segue consolidada

Stephane Perard, diretor da Emirates para o Brasil (Divulgação)

Stephane Perard, diretor da Emirates para o Brasil (Divulgação)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 25 de junho de 2024 às 14h24.

A companhia aérea Emirates vê o cenário brasileiro com otimismo. Apesar da alta do dólar frente ao real, não vê um cenário ruim à frente. Tanto que mantém os planos de expandir as rotas ao país e a oferta de novos serviços, como a categoria premium economy, apelidada de "4ª cabine".

"Uma mudança forte de câmbio não atrapalha a demanda, mas o momento da compra. O brasileiro vai ver se a cotação permanece nesse patamar de R$ 5,40, R$ 5,30. Quando ele percebe que vai permanecer, ele acaba materialzando a compra", diz Stephane Perard, diretor da Emirates para o Brasil, em entrevista à EXAME.

"Não é a primeira vez que o câmbio tem mudanças. A gente tem confiança de que isso, a médio prazo, não vai ter impacto nenhum. Continuamos a ver sinais bastante positivos em relação à demanda. O brasileiro continua a querer viajar, descobrir as regiões, e isso parece bem consolidado", prossegue. "O clima é positivo e animador".

Perard conta que o foco da Emirates é atrair brasileiros que já foram muitas vezes para a América do Norte e Europa e agora querem conhecer outras regiões, como Oriente Médio e Ásia, com destaque para Dubai, Tailândia e Japão.

Com isso, a empresa segue ampliando as rotas no Brasil. A partir de 2 de novembro, haverá um quinto voo semanal saindo do Rio de Janeiro para Dubai.

Aviões da Emirates, com um A380, da AirBus, à frente (Divulgação)

Atualmente, a Emirates tem voos diários de São Paulo a Dubai e viagens do Rio de Janeiro a Dubai em quatro dias por semana. Os voos do Rio saem de Buenos Aires e fazem uma escala no Galeão antes de seguir para o Oriente Médio.

A empresa também planeja ampliar no país a venda da chamada 'quarta cabine', a premium economy, um nível intermediário entre a economy, mais barata, e a business.

Na premium economy, uma categoria que vem se expandindo em várias companhias aéreas pelo mundo, os assentos têm mais espaço do que na economy, a poltrona reclina um pouco mais, há um cardápio melhor e também prioridade de embarque.

Em uma simulação feita no site da empresa, um trecho do voo de Guarulhos a Dubai, para o começo de agosto, custa a partir de R$ 4.334 na ida, na classe economy. Na premium economy, sai por R$ 10.742, enquanto um voo na business (executiva) parte de R$ 24.188.

Recorde histórico

A Emirates divulgou seus resultados anuais há algumas semanas. Houve lucro de 18,7 bilhões de dirham (27,7 bilhões de reais) em 2023-24, um recorde histórico. O faturamento subiu 15%, para 137,3 bilhões de dirham (203,2 bilhões de reais).

A empresa também aumentou sua capacidade de assentos em voos em 20% e está próxima do patamar pré-pandemia. A taxa de ocupação ficou em 79,9%.

A empresa tem uma frota de 260 aeronaves, e tem mais 310 encomendadas para entregas nos próximos anos. Os destaques dela são o Airbus A380, maior avião de passageiros do mundo, e o A350, modelo mais moderno da Airbus para voos de longa distância. A lista inclui ainda o Boeing 777, maior modelo da empresa americana para voos de passageiros.

Acompanhe tudo sobre:Emirates AirlinesAviaçãoDólarEmirados Árabes

Mais de Economia

Situação fiscal não será 'muleta' para não perseguir a meta de inflação, diz Galípolo

Análise: Sem ajuste fiscal, ritmo de alta das expectativas de inflação é o que importa para o BC

Arrecadação federal bate novo recorde e chega a R$ 202,9 bilhões em maio

Ata do Copom: sem ajuste fiscal, cenário de inflação desafiador em 2025 exige juro alto

Mais na Exame