Economia

Otimismo das famílias recua, avalia Ipea

Centro-oeste tem o maior otimismo do país em relação ao comportamento socioeconômico nacional

Márcio Pochmann, presidente do Ipea: levantamento pode ajudar o governo a definir políticas públicas (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Márcio Pochmann, presidente do Ipea: levantamento pode ajudar o governo a definir políticas públicas (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2011 às 13h09.

Brasília - Ainda que em nível inferior ao registrado no mês passado, as famílias mantiveram, em julho, o otimismo com o comportamento socioeconômico nacional, tanto para o período de um ano como para períodos mais extensos, de até cinco anos. O índice referente a julho marcou 63,5 pontos. Em junho foram registrados 64,1 pontos e em maio, 62,9.

A região que apresentou maior otimismo foi a Centro-Oeste (74,8 pontos). Em segundo lugar ficou a Região Sudeste, com 63 pontos. A menos otimista é a Norte, com 59,7 pontos. A Sul registrou 62,6 pontos e a Nordeste, 61,6.

Com escala que vai de zero a 100 pontos, o estudo classifica como “otimistas” os índices que variam entre 60 e 80 pontos. Acima disso, os índices apontam “grande otimismo”. Entre 40 e 60, moderação; e, abaixo de 40, pessimismo e grande pessimismo (até 20 pontos).

Para chegar a essas pontuações, o estudo avalia, além da expectativa da família sobre a situação econômica atual, a percepção dela sobre a condição financeira passada e a expectativa sobre o futuro; a expectativa sobre consumo, endividamento, quitação de dívidas e mercado de trabalho.

Para 53,2% das famílias, o Brasil terá melhores momentos nos próximos 12 meses. Em junho, esse valor estava 3,6 pontos percentuais acima, confirmando a queda do otimismo.

“Esse estudo ajuda, inclusive, na definição das políticas públicas [por parte do governo], porque acompanha expectativas de gasto da população”, avalia o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann.

O momento atual, segundo ele, é propício para o consumo de bens duráveis para 49,5% das famílias. Para 45,4%, o momento não é adequado. O estudo aponta, ainda, que 52% das famílias afirmam não ter dívidas, e que 9,2% se consideram endividadas.

“Aproximadamente 73% das famílias acreditam estar pouco endividadas ou não possuem dívidas, enquanto 93% dizem não pretender contrair financiamentos ou empréstimos nos próximos meses. Entre aqueles com contas atrasadas, 33% acreditam que não conseguirão saldar seus compromissos”, explicou o presidente do Ipea.

Segundo ele, o momento é tido como bom, com número considerável de famílias que afirmam que este é o melhor momento para a aquisição de bens duráveis, conforme mostram os índices de elevação do consumo. Tendo esses dados como base, o estudo considera que, a curto prazo, continuará havendo sustentabilidade do impulso de crescimento da economia, e que, apesar das elevadas taxas de juros cobradas no país, o risco de alta taxa de inadimplência permanece moderado.

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