Economia

Otimismo: China acredita em recuperação rápida da economia pós-coronavírus

Crescimento da China deve ser reduzido em 0,4 ponto percentual com o vírus, mas número de novos casos vem diminuindo

Pessoas em Wuhan: coronavírus vem afetando economia chinesa e de empresas que dependem do país (Stringer/Reuters)

Pessoas em Wuhan: coronavírus vem afetando economia chinesa e de empresas que dependem do país (Stringer/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 29 de fevereiro de 2020 às 10h04.

Washington -- A economia da China sofrerá um grande golpe no primeiro trimestre devido a interrupções generalizadas de trabalho causadas pelo coronavírus, mas deve se recuperar rapidamente, a menos que o surto piore novamente, afirmou uma autoridade chinesa à Reuters nesta sexta-feira.

A autoridade baseada em Washington, que pediu para não ser identificada, disse que a China já adotou uma série de medidas econômicas para responder ao surto, e seguirá uma política monetária flexível, na busca por restaurar rapidamente a produção normal em todo o país.

"Isso terá um grande impacto no primeiro trimestre do ano, mas com a volta das encomendas, esperamos que a situação seja muito melhor a partir do segundo trimestre", disse a autoridade. "Se a situação não piorar... acredito que a economia chinesa se recuperará muito rapidamente."

O surto desacelerou na China, com 327 novos casos registrados na sexta-feira, o menor desde 23 de janeiro, elevando o total para 79.251 casos e mais de 2.900 mortes. No entanto, a doença está se espalhando pelo mundo, com o primeiro caso relatado na Nigéria nesta sexta e mais de 880 pessoas infectadas na Itália. Ao todo, há mais de 5.000 casos de infectados fora da China.

O Fundo Monetário Internacional afirmou que o surto provavelmente reduzirá o crescimento econômico da China em 0,4 ponto percentual este ano, para 5,6%, e cortará 0,1 ponto percentual do crescimento global.

A autoridade chinesa disse que o surto de coronavírus pode causar "uma queda dramática" na economia global caso se espalhe para uma ampla gama de países, mas não deu previsões específicas.

Pequim permaneceu comprometida em aumentar as compras de bens e serviços dos Estados Unidos em 200 bilhões de dólares, nos termos da Fase 1 do acordo comercial com os EUA nos próximos dois anos, disse a fonte, ressaltando as medidas da alfândega da China para suspender a proibição de carne bovina e outros produtos.

"Os dois lados levam bastante a sério a implementação", afirmou a autoridade, que se reuniu nesta semana com funcionários do escritório do Representante de Comércio dos EUA e do Departamento de Comércio dos EUA. "Até agora, não prevemos nenhum problema."

A China está pedindo a Washington que alivie sua proibição de viagens para pessoas vindas da China, o que impede reuniões pessoais necessárias para avançar na implementação, segundo a autoridade.

A proibição de viagens também interrompeu o turismo, um dos principais contribuintes para o aumento esperado nas compras de serviços da China nos Estados Unidos, disse a autoridade.

"Isso cria dificuldades adicionais para os dois lados cumprirem as metas", declarou a fonte, acrescentando que não houve mudança na meta de aumentar as compras chinesas de bens e serviços dos EUA em 200 bilhões dólares nos próximos dois anos.

"Esse número ainda está lá", disse a autoridade.

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