Nunca o etanol brasileiro chamou tanta atenção do mundo como agora. Porém, para se manter como um dos líderes mundiais na produção dessa fonte de energia renovável, o Brasil precisa investir forte em pesquisa e aumentar sua produtividade. "O atual momento é bom para as empresas brasileiras. Todo esse interesse estrangeiro deve ser encarado como uma oportunidade de crescimento", diz o biólogo Fernando Reinach, diretor do fundo de capital de risco Votorantim Novos Negócios (VNN). A seguir, Reinach fala sobre os principais desafios que o Brasil deve enfrentar nos próximos anos para continuar a ocupar um papel de destaque no setor.

Quais são os maiores desafios tecnológicos para o Brasil se manter como líder mundial na produção de etanol?
Sem dúvida, o principal desafio é aumentar a produtividade agrícola e a produção. É necessário ampliar as variedades, de modo que não tenhamos só a cana-de-açúcar como matéria-prima. Investimentos tecnológicos e pesquisas devem ser feitos.

É preciso desenvolver variedades mais produtivas? Como?
Sim. E em diferentes partes do país, explorando o que de melhor cada região tem. As variedades, na verdade, já estão sendo pesquisadas e até desenvolvidas, ainda de forma tímida. São três eixos de estudo: melhorar a planta, criar novas variedades - valendo-se da engenharia genética - e criar uma tecnologia que permita aproveitar comercialmente a celulose do bagaço da cana (normalmente é queimada na produção de energia). Esta última linha de pesquisa, aliás, é de extrema importância.

O Brasil precisa melhorar o processo de obtenção do etanol da planta?
Já estamos trabalhando nisso, mas precisamos intensificar. Pois é isso é que vai impulsionar a produção. É isso que pode fazer com que ela dê um grande salto.