Os 7 países com maior proporção de jovens nem-nem
Proporção de jovens que não estudam nem trabalham chama a atenção em países como Turquia e México
João Pedro Caleiro
Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 16h39.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h22.
São Paulo - Um em cada cinco jovens brasileiros nem estudam nem trabalham. São 9,6 milhões de "nem-nems" e sua proporção pouco mudou nos últimos 10 anos. No mundo todo, são 290 milhões de jovens nessa situação, segundo estimativa da revista The Economist. A questão dos NEETs, como são chamados em inglês, é complexa e envolve fatores econômicos, como desemprego , e culturais, como a desigualdade de gênero. A proporção mais baixa aparece em países com altos níveis de renda e desenvolvimento, como Noruega e Alemanha, e ou de alto crescimento e foco em educação, como China. Para chegar aos 7 países com maior proporção de "nem-nems", EXAME.com usou dados da OIT (Organização Mundial do Trabalho) e da OCDE (Organização Mundial para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Veja a lista a seguir dos países com maior proporção de jovens de 15 a 24 anos que não trabalham nem estudam:
O primeiro lugar de Chipre é baseado em dados da OIT em 2010, mas tudo indica que a situação deve ter ainda piorado ainda mais depois da crise bancária que o país enfrentou no início deste ano. A Europa inteira viu uma explosão de NEETs por causa da crise, especialmente em países mais afetados pelo desemprego da juventude como Grécia, Espanha e Itália.
Economicamente promissor e palco de grandes disputas políticas recentemente, a Turquia aparece em terceiro lugar do ranking com uma proporção alta de "nem-nems". A participação das mulheres neste grupo é desproporcional ao redor do mundo, o que reflete a desigualdade de oportunidades e expectativas para este gênero - algo ainda mais acentuado em países muçulmanos.
Pequena ilha na América Central com cerca de 320 mil habitantes, a economia de Belize é dependente principalmente de turismo e agricultura. A taxa de "nem-nems" em 27,9% foi registrada em 2010, mas costuma ser curiosamente consistente ao longo de grandes períodos de tempo na maioria dos países - inclusive no Brasil.
Não é novidade que a juventude israelense está insatisfeita com a sua situação, vide os grandes protestos que o país enfrentou em 2011. Ainda assim, o quinto lugar de Israel na lista se deve em grande parte a uma característica diferente do país: o trabalho militar obrigatório para homens e mulheres. Tecnicamente, os convocados pelo exército "nem estudam nem trabalham".
Apesar da Indonésia ter sido colocada recentemente entre o quarteto de países promissores que merecem atenção, não é por acaso que ela aparece aqui entre os lugares com maior proporção de "nem-nems". O país tem idade média de 28,5 anos e os jovens tem quase 5 vezes mais chance de estarem desempregados do que os adultos.
A segunda maior economia da América Latina depois do Brasil, o México tem taxas historicamente altas de "nem-nems": a proporção ficou praticamente inalterada nos últimos dez anos. A desigualdade entre homens e mulheres é impressionante: as mexicanas tem uma chance três vezes maior do que os mexicanos de serem "nem-nems".
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