Os 10 países que mais exportam armas de guerra (e para quem)
A guerra fria acabou, mas Estados Unidos e Rússia ainda respondem por mais da metade do volume de armas pesadas exportadas no mundo
João Pedro Caleiro
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 09h35.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h33.
São Paulo - A guerra fria já acabou, mas a polarização entre Estados Unidos e Rússia sobrevive no mercado de defesa. Juntos, os dois países respondem por 58% das exportações mundiais de armas pesadas ( veja mais números sobre o tema ). Entram na categoria coisas como tanques, sistemas anti-aéreos, artilharia e todo tipo de transporte militar. Os dados são do SIPRI (Stockholm International Peace Research Institute) e se referem ao período entre 2010 e 2014. Quem está despontando é a China , que aumentou suas exportações de armas pesadas em 143% em relação ao período anterior (2005-2009). Com isso, subiu do nono para o terceiro lugar. No balanço, as exportações mundiais de armas pesadas subiram 16% de 2010 a 2014 em relação aos 5 anos imediatamente anteriores. Atualmente, 60 países exportam esse tipo de produto; veja os 10 maiores a seguir:
Os Estados Unidos responderam por 31% das armas pesadas exportadas entre 2010 e 2014, volume que subiu 23% em relação a 2005-2009. As armas norte-americanas foram para 94 países, recorde entre os exportadores. Os principais destinos foram Coreia do Sul (9%), Emirados Árabes Unidos (8%) e Austrália (8%).
A Rússia foi responsável por 27% das exportações de armas pesadas entre 2010 e 2014 e seu volume teve aumento de 37% em relação ao período 2005-2009. Suas entregas foram bem mais concentradas do que as norte-americanas: 60% do total foi para apenas 3 países (Índia, China e Algéria).
A China mais que dobrou suas exportações de armas pesadas entre 2010 e 2014 em relação a 2005-2009. Com isso, o país aumentou de 3% para 5% sua participação no bolo total e subiu uma posição no ranking. 68% das exportações de armas pesadas chinesas tiveram como destino 3 países: Paquistão (41%), Bangladesh (16%) e Myanmar (12%).
As exportações de armas pesadas da Alemanha caíram 43% no período 2010-2014 em relação ao período 2005-2009, derrubando a participação do país no total de 11% para 5%. Apesar de ter anunciado no ano passado uma política mais restritiva para o Oriente Médio devido a preocupações com direitos humanos, a Alemanha continua aprovando o envio de vários equipamentos militares.
As exportações de armas pesadas da França caíram 27% no período 2010-2014 em relação a 2005-2009 e tiveram como destino 74 países. A França cancelou no ano passado o envio para a Rússia de um grande navio anfíbio por causa da tensão na Ucrânia. Se o acordo tivesse sido mantido, a França estaria em terceiro neste ranking, segundo o SIPRI.
O Reino Unido foi responsável por 4% das armas pesadas exportadas entre 2010 e 2014, mesma participação do período 2005-2009. 41% de suas exportações foram para a Arábia Saudita, que é segundo maior importador mundial de armas pesadas do mundo, depois da Índia.
A Espanha aumentou sua exportação de armas pesadas em mais de 30% entre 2010 e 2014 em relação a 2005 e 2009. Ainda assim, manteve os 3% de participação do período anterior. Seus principais parceiros foram Austrália (24%), Noruega (24%) e Arábia Saudita (10%).
A Itália aumentou sua participação no total de armas exportadas de 2% no período 2005-2009 para 3% no período 2010-2014. Com isso, subiu uma posição no ranking. Seus principais parceiros são Emirados Árabes Unidos (9%), Índia (9%) e Turquia (8%).
A Ucrânia também aumentou sua participação no período 2010-2014 em relação ao anterior - de 2% para 3% - mas mesmo assim perdeu uma posição no ranking. Seu principal parceiro é a China, que absorve 22% das exportações, e em segundo vem a Rússia, com 10% - curiosamente, o país com o qual a Ucrânia disputa o controle de regiões do leste.
As exportações de armas pesadas de Israel subiram cerca de 30% no período 2010-2014 em relação a 2005-2009. Hoje, o país é responsável por 2% do total mundial e seu principal destino é de longe a Índia, que absorve 46% do total.
Mais lidas
Mais de Economia
Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinaturaEm discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da NóbregaReforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor