Os 10 países no mundo mais dependentes de energia nuclear
O Japão anunciou recentemente que vai abandonar até 2030 a fonte nuclear, que supria 30% de sua demanda antes do desastre de Fukushima. Veja outros países no mundo extremamente dependentes de usinas nucleares. Alguns já têm planos de abandoná-las
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 17h14.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h17.
A França é o país mais dependente dessa fonte de energia radioativa, que representa 77,7% da matriz energética. Os dados são da ONG World Nuclear Power e foram atualizados em setembro. Anualmente, os franceses produzem 423 bilhões de kWh, perdendo só para os Estados Unidos. Não à toa, a energia nuclear é um dos principais pontos de debate do programa dos candidatos à eleição presidencial. No país, existem 58 reatores em operação, além de um em construção, outro na fase de planejamento, e um terceiro cuja proposta ainda está sendo estudada.
Mais da metade de toda a energia consumida na Bélgica (54%) vem de usinas nucleares . Seus sete reatores operantes são antigos e às vezes apresentam problemas, como fissuras que em agosto obrigou o fechamento de uma das centrais. Em 1999, o país anunciou a descontinuação de seu programa nuclear durante 40 anos, mas acabou retomando-o em 2000. A Bélgica produz 14.8 bilhões de kWh de fontes nucleares, o triplo da geração brasileira.
Na Eslováquia, a energia nuclear supre 54% das necessidades do país. Quatro reatores são responsáveis pela produção anual de 14,3 bilhões de kWh. Outras quatro centrais estão sendo construídas, duas estão em fase de implementação e mais uma encontra-se em estudo pelos governantes do país.
Palco de um dos piores acidentes nucleares da história, na usina de Chernobil, a Ucrânia é o quarto país que mais consome energia nuclear no mundo. Por ano, seus 15 reatores em atividade produzem 84,9 bilhões de kWh de energia nuclear, montante que supre 47,2% das necessidades energéticas do país. Atualmente, existem duas novas usinas em fase de implementação e propostas sob análise para criação de mais 11 reatores.
Quatro centrais nucleares são responsáveis pelo suprimento de 43,2% da energia consumida na Hungria. Há propostas de implementação de mais dois reatores no país, que produz anualmente 14,7 bilhões de kWh, equivalente à produção brasileira.
Localizada a 120 quilômetros da capital, fica a única usina nuclear da Eslovênia. A central atômica de Krsko produz anualmente 5,9 bilhões de KW, que abastecem 741,7% das casas, prédios, indústrias e outras unidades consumidoras do país. Há uma proposta para implementar mais uma central, mas a ideia ainda aguarda aprovação.
Atualmente, 40,8% da eletricidade consumida na Suíça vem da energia nuclear gerada por cinco reatores. O país, que produz anualmente 25,7 bilhões de kWh, estuda no entanto abandonar a energia atômica até 2034. Para compensar a saída de cena das atuais centrais nucleares e garantir a segurança energética do país, o governo helvético promete investir pesado na geração alternativa a partir de fontes renováveis, como hidráulica, solar e eólica.
Quase 40% da energia consumida na Suécia vem de usinas nucleares. Somadas, as dez centrais do país produzem anualmente 58,1 bilhão de kWh. Aos olhos do governo local, o uso da energia nuclear (que não gera emissões de gases efeito estufa) é uma de diminuir a participação sueca no processo de aquecimento global.
Nono país mais dependente de energia nuclear, a Coreia do Sul conta com 23 usinas para produzir 147 bilhões de kWh necessários para abastecer 34,6% da demanda. Segundo a Ong World Nuclear, quatro reatores estão em construção atualmente no país, e outros cinco estão em fase de planejamento.
Cerca de 33% de toda a energia consumida na Armênia vem de fontes atômicas. Ou melhor, de um único lugar, o complexo nuclear de Metsamor, considerado um dos mais perigosos do mundo. Em 1988, a usina chegou a ser fechada depois de um terremoto atingir o país. Mas, sete anos depois, ela foi reaberta sem nenhuma melhoria ter isso feita no sistema de segurança. Há estudos em andamento para a instalação de mais um reator.