Economia

Opep prevê alta no preço do petróleo e redução na oferta

Documento foi divulgado em semana que os preços atingiram os níveis mais baixos desde 2004, em um ambiente de excesso de oferta

Petróleo (Plataformas de petróleo em alto mar)

Petróleo (Plataformas de petróleo em alto mar)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2015 às 07h52.

Londres – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) previu nesta quarta-feira que os preços do petróleo avancem, mas o cartel espera reduzir sua própria produção nos próximos anos. O documento é divulgado em uma semana na qual os preços atingiram os níveis mais baixos desde 2004, em um ambiente de excesso de oferta.

Em seu relatório anual Perspectiva do Petróleo no Mundo, a Opep diz que o preço de sua cesta de contratos de petróleo deve aumentar para US$ 70 o barril em 2020 e para US$ 95 o barril em 2040. Na segunda-feira, o barril estava em US$ 30,74 e no mesmo dia o Brent recuou para US$ 36,35 o barril, no patamar mais baixo desde 5 de julho de 2004.

O relatório aponta que a necessidade de desenvolver a produção em áreas mais caras puxará para cima os preços no longo prazo. Boa parte do aumento na oferta recentemente foi causada pelo desenvolvimento de áreas mais caras nos EUA e no Canadá, que começaram a desacelerar a produção após os preços caírem mais de 50% no último ano.

Além da competição com a América do Norte, a Opep enfrenta o retorno da produção iraniana no próximo ano, com a retirada de sanções contra Teerã. Ainda assim, os membros da Opep disseram neste mês que pretendem manter o patamar de produção.

O relatório do grupo sugere que pode haver uma mudança de estratégia. A Opep planeja cortar sua própria oferta para 30,6 milhões de barris ao dia em 2019. O número representa mais de 1 milhão de barris diários a menos que os 31,7 milhões de barris ao dia de novembro, quando a produção ficou no patamar mais alto em três anos.

A Opep frequentemente revisa seus números em meses recentes. De qualquer modo, a produção pode ser reduzida diante da resistência dos concorrentes para produzir, enquanto o aumento na demanda pela commodity é minado por políticas governamentais para reduzir o consumo energético.

A atual queda nos preços do petróleo puxa para cima a demanda pela commodity, diz o relatório, que prevê um aumento nessa demanda para 97,4 milhões de barris ao dia em 2020. Neste ano, a demanda deve ficar em 92,8 milhões de barris ao dia. Mas a Opep acrescentou que o impacto dos preços mais fracos devem ser mitigados por impostos maiores sobre motores que usam combustíveis derivados de petróleo e por medidas para aumentar a eficiência dos combustíveis, principalmente na China.

Por outro lado, avanços tecnológicos e uma reação nos preços podem levar a América do norte a se mostrar mais resistente, apesar dos custos mais altos. O relatório da Opep disse que a oferta de petróleo dos EUA e do Canadá deve atingir 19,8 milhões de barris ao dia em 2020, uma alta de 2,5 milhões de barris ao dia na comparação com 2014.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorEnergiaExportaçõesIndústriaIndústria do petróleoIndústrias em geralOpepPetróleo

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação