Líbia: o governo reconhecido pela ONU foi, nas últimas horas, à Trípoli, e está refugiado em uma base naval (John Moore/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2016 às 13h58.
Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU prorrogou nesta quinta-feira por mais 16 meses a resolução aprovada em 2014 que proíbe a exportação ilegal de petróleo da Líbia para evitar que possa servir para financiar a guerra nesse país.
A resolução, com o número 2278, estende os efeitos da adotada em julho de 2014, que incluiu uma ampla gama de sanções econômicas, embora só a proibição da exportação ilegal de petróleo tenha revisão periódica obrigatória.
A decisão do Conselho de Segurança foi aprovada unanimemente a partir de uma minuta apresentada pelo Reino Unido. Só discursou na sessão o representante da Líbia, embora sem direito a voto porque não é membro do órgão.
O texto aprovado hoje fixa em seu ponto 1 que as medidas impostas quanto às exportações ilícitas de petróleo recolhidas na resolução 2146 serão prorrogadas até 31 de julho de 2017.
Também "condena as tentativas de exportar ilicitamente petróleo cru da Líbia, em particular por instituições paralelas que não atuam sob a autoridade do governo de Consenso Nacional".
Este governo foi designado pela ONU e reconhecido por alguns países envolvidos na região, mas não pelo parlamento de Trípoli, que tem seu próprio poder Executivo.
O governo reconhecido pela ONU foi, nas últimas horas, à Trípoli, e está refugiado em uma base naval.
Esta mudança agravou a insegurança na capital líbia, que estava hoje em estado de alerta, com colégios e escritórios fechados, patrulhas nas estradas e milícias rivais armadas em vários edifícios.
Além da proibição das exportações ilegais de petróleo, a ONU mantém outras sanções, como o congelamento de ativos de pessoas vinculadas com o conflito armado e o embargo de armas.
Na única intervenção da sessão, o representante do governo líbio reconhecido pela ONU, Ibrahim Dabbashi, destacou a "coragem" do governo de Consenso Nacional de ir a Trípoli, e acrescentou que "ganhou em legitimidade".