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Da Redação
Publicado em 21 de março de 2010 às 12h47.
Rio de Janeiro - O acesso ao saneamento básico tirou mais de 5 milhões de brasileiros da condição de favelização nos últimos 10 anos, apesar de o país ter ficado abaixo da média de redução de pessoas favelizadas na América Latina, disse uma autoridade da ONU na sexta-feira, dia 19.
<p>A agência das Nações Unidas para assentamentos humanos (ONU-Habitat) informou que o número de brasileiros nas favelas diminuiu 16 por cento -- de 31,5 por cento para 26,4 por cento da população --, ante uma média na região de 19,5 por cento.</p> <p>Segundo o mexicano Eduardo Lopez-Moreno, um dos autores e coordenadores do relatório da ONU-Habitat "Estado das Cidades do Mundo 2010/2011: Unindo o Urbano Dividido", o acesso ao saneamento básico foi responsável pela saída "por cerca de metade" dos 10,4 milhões de pessoas das condições de favelização no país entre 2000 e 2010.</p> <p>"No caso brasileiro, o principal fator foi sobretudo saneamento básico, e sobretudo no Nordeste, onde aconteceram os avanços mais significativos", disse Lopez-Moreno a jornalistas, após cerimônia de lançamento do relatório no Rio, onde acontece na próxima semana o Fórum Urbano Mundial 5.</p> <p>"Por exemplo, em Fortaleza, nos últimos 10 anos, foi superior a 50 por cento o incremento do saneamento básico para a população", acrescentou.</p> <p>Para a ONU-Habitat, cinco aspectos são avaliados para se determinar a qualidade da moradia: acesso a água limpa, saneamento, qualidade dos materiais da moradia, densidade de habitantes por casa e segurança da posse.</p> <p>Segundo a ONU, os 10,4 milhões de brasileiros que passaram a ter acesso a esses cinco itens e deixaram de viver em condição de favelização continuaram morando em favelas, mas os serviços fornecidos nesses locais melhoraram.</p> Dados da ONG Trata Brasil com base em pesquisas do IBGE apontam que 50,92 por cento da população brasileira tinha acesso a esgoto em 2008, ante 40,08 por cento dez anos antes.