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OMC: Sobretaxação do aço tem impacto nas exportações brasileiras

O diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, conta que, em conversa com Temer, eles falaram das várias alternativas para lidar com a situação

Roberto Azevêdo: "Evidente que uma medida dessa natureza terá impacto sobre as nossas exportações" (Denis Balibouse/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de março de 2018 às 19h25.

Última atualização em 12 de março de 2018 às 19h49.

Brasília - A decisão dos Estados Unidos de sobretaxar suas importações de aço vai afetar as exportações brasileiras, disse nesta segunda-feira, 13, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio ( OMC ), Roberto Azevêdo. "Evidente que uma medida dessa natureza terá impacto sobre as nossas exportações", afirmou ele, após reunir-se com o presidente Michel Temer.

Ele contou que, na conversa, falaram das várias alternativas para lidar com a situação. "O Brasil está aberto para o diálogo, para uma tentativa de entendimento com os norte-americanos", disse.

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O mecanismo de solução de controvérsias da OMC é um dos instrumentos que podem ser utilizados.

"O governo não exclui essa possibilidade, mas estuda várias alternativas", informou. Até o momento, disse ele, nenhum país formalizou pedido para acionar tal mecanismo no caso da sobretaxa dos EUA ao aço e ao alumínio.

Segundo Azevêdo, o governo brasileiro está muito atento aos possíveis desdobramentos da medida. Ele acrescentou que o setor siderúrgico é muito importante para a economia de vários países. "Ouvi a mesma coisa que vocês ouviram: que medidas norte-americanas podem encontrar contramedidas sendo adotadas por outros países", disse.

"Acho importante que as regras multilaterais sejam observadas. A ação unilateral tende a provocar reação. E esse processo leva a guerras comerciais que não são de interesse de ninguém e onde só há perdedores."

Azevêdo evitou falar sobre a compatibilidade da sobretaxa dos EUA às importações de aço e alumínio com as regras multilaterais. "É coisa difícil de falar. Eu mesmo evito", disse. Ele explicou que há divergências entre países quanto à compatibilidade de suas medidas com as normas internacionais, e cada um tem suas razões a apresentar.

"Não sou eu que vou decidir aqui se é ou não, qual o lado correto." Ele não respondeu se a tese da segurança nacional utilizada pelos EUA para justificar a sobretaxa se sustenta.

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