Economia

OMC registra aumento das restrições ao comércio nos países do G20

Essas restrições incluem aumentos de tarifas, procedimentos de alfândega mais limitativos e impostos e taxas sobre importações

O relatório da OMC pede aos membros do G20 que façam tudo o que for necessário para desativar a situação e promover a recuperação comercial (©AFP / Fabrice Coffrini/AFP)

O relatório da OMC pede aos membros do G20 que façam tudo o que for necessário para desativar a situação e promover a recuperação comercial (©AFP / Fabrice Coffrini/AFP)

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EFE

Publicado em 4 de julho de 2018 às 15h02.

Genebra - A Organização Mundial do Comércio registrou 39 novas medidas de restrição ao comércio aplicadas por economias do G20 entre 16 de outubro do ano passado e 15 de maio deste ano, informou nesta quarta-feira o organismo multilateral.

Isso representa uma média de seis decisões restritivas por mês, segundo a avaliação periódica que a OMC faz das barreiras comerciais dos países do G20.

"A tendência mais preocupante durante este período é o aumento das medidas restritivas do comércio que apareceram em um momento de crescentes tensões comerciais. A comunidade internacional deveria estar preocupada", ressalta o relatório.

Estas restrições incluem aumentos de tarifas, procedimentos de alfândega mais limitativos e impostos e taxas sobre importações.

As 20 economias mais industrializadas ou emergentes que constituem o G20 também aplicaram no período observado 47 medidas com o objetivo de facilitar o comércio, entre elas a eliminação ou redução de tarifas, simplificações de procedimentos alfandegários e a redução das taxas de importação.

O número médio de disposições de facilitação do comércio foi estabelecido em sete por mês, frente às seis registradas na avaliação anterior.

A cobertura estimada das medidas de facilitação do comércio (US$ 82,7 bilhões) é maior que a das restritivas (US$ 74,1 bilhões), ressalta o documento.

No entanto, a cobertura estimada das medidas restritivas à importação é mais de uma vez e meia maior que no mesmo período entre 2016 e 2017.

Com relação ao início de investigações de remédios comerciais, esta continua sendo a medida mais frequentemente aplicada pelo G20, já que representa 49% de todas as implementadas entre meados de outubro e meados de maio.

A cobertura das iniciações de remédios comerciais teve um "aumento significativo" a respeito dos dois últimos relatórios, dado que se situou nos US$ 52,3 bilhões, enquanto a de terminação dos mesmos foi estimada em US$ 6,2 bilhões.

"Em uma conjuntura na qual a economia global está finalmente começando a gerar crescimento econômico sustentado após a crise financeira mundial, a incerteza criada pela proliferação de ações restritivas do comércio poderia colocar em risco a recuperação", adverte o texto.

A OMC acrescenta que "o sistema multilateral do comércio foi construído para resolver os problemas. No entanto, o aumento das medidas restritivas poderia acarretar riscos para o próprio sistema".

Por isso, o relatório pede aos membros do G20 que façam tudo o que for necessário para desativar a situação e promover a recuperação comercial.

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