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Oferta mundial de petróleo será pressionada nos próximos meses

Crescimento econômico mundial e instabilidade política em países produtores contribuem para preocupação de analistas

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.

A oferta mundial de petróleo estará mais vulnerável a altas bruscas de preços nos próximos meses, segundo relatório da Agência Internacional de Energia. O descompasso entre o crescimento da demanda e a capacidade dos produtores em aumentar seu suprimentos é o principal motivo de preocupação apontado pela entidade.

A agência estima que a demanda por petróleo crescerá 2,9% neste ano, alcançando 81,1 milhões de barris por dia. É o mais forte incremento anual desde 1990. Ao mesmo tempo, a capacidade de produção não acompanhará a curva. Segundo o relatório, a capacidade instalada do setor petrolífero ficará apenas 1% ou 2% acima da demanda deste ano. É a mais estreita margem de segurança do setor, desde a crise do petróleo nos anos 70. No ano passado, por exemplo, a diferença ficou em 4%.

Conforme o jornal americano The Wall Street Journal, os economistas estão preocupados com uma possível alta dos preços dos combustíveis, o que poderia cortar o ritmo de crescimento da economia mundial. Outro agravante é que, descontando-se a inflação, os preços do óleo cru ainda estão abaixo dos registrados no início dos anos 80. Na Bolsa de Valores de Nova York, os contratos de petróleo para entrega em agosto são fechados por 39,44 dólares por barril.

As questões políticas também pressionam o cenário. A instabilidade no Iraque tornou a produção do país imprevisível, já que os rebeldes atacam com freqüência instalações petrolíferas e oleodutos. A Arábia Saudita, maior produtora mundial do setor, também sofreu recentes ataques terroristas, deixando o mercado nervoso. Por último, Nigéria e Venezuela, outros dois grandes exportadores do produto, também sofrem com incertezas no plano político.

Em junho, numa reunião em Beirute, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiram aumentar a produção de petróleo em duas fases. A primeira, de 2,5 milhões de barris diários, elevou a produção do grupo para 26 milhões de barris/dia. Um segundo aumento, de 500 mil barris diários, está programado para o início de agosto.

Os analistas esperam que o menor ritmo de crescimento da economia mundial, previsto para 2005, amenize as pressões sobre o petróleo. Isto não significa, porém, que os preços cairão acentuadamente, segundo a Agência Internacional de Energia. O mais provável é que os preços permaneçam nos mesmos patamares deste ano.

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