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OCDE aponta recessão no Brasil caso nova Previdência não seja aprovada

A desaceleração acontecerá "apesar das condições financeiras favoráveis" por conta da incerteza em torno da reforma da Previdência, segundo a organização

Brasil: para o País, a OCDE espera crescimento de 1,4% em 2019 e de 2,3% em 2020 (Ovidio Ferreira / EyeEm/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2019 às 06h58.

Última atualização em 21 de maio de 2019 às 09h52.

São Paulo - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu sua projeção de crescimento global neste ano de 3,3% para 3,2%. No caso do Brasil, a OCDE espera crescimento de 1,4% em 2019 e de 2,3% em 2020, o que se traduz em uma redução de sete décimos e de um décimo, respectivamente, para este e para o próximo ano. Em março a previsão para o avanço do PIB deste ano era de 1,9%.

A OCDE informou que, de acordo com sua perspectiva anual, a desaceleração da economia acontecerá "apesar das condições financeiras favoráveis" por conta da incerteza em torno de uma possível reforma da previdência.

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Se essas dúvidas forem superadas, haverá uma reativação da demanda interna, o que pode gerar uma queda do desemprego, ao mesmo tempo em que está previsto que a inflação se mantenha dentro do programado.

A atual política monetária destinada a limitar a inflação também apoiará os gastos das famílias, embora o saldo das contas públicas esteja "em risco" devido ao aumento do investimento público.

Além disso, a OCDE defende o reequilíbrio dos gastos com programas sociais para as pessoas com renda mais baixa para reduzir a desigualdade, além de reformas que aumentem a produtividade e reduzam os impedimentos administrativos às importações para garantir o crescimento.

A organização também alertou para a diminuição da confiança dos empresários nas reformas empreendidas, junto com uma redução da produção industrial, que é compensada em parte pelo bom desempenho dos setores de serviços e primários.

A dívida pública bruta se mantém em 77% do Produto Interno Bruto (PIB) e o déficit primário em 1,5%, o que exige uma redução drástica dos gastos para manter as metas estabelecidas.

Mundo

Segundo relatório de perspectiva divulgado nesta terça-feira (21), pela entidade sediada em Paris, a incerteza no comércio influencia negativamente o quadro. Para 2020, a expectativa é de avanço maior no crescimento, de 3,4%, patamar mantido em relação à projeção anterior.

Com as tensões comerciais, existe incerteza e piora na confiança, o que penaliza os investimentos, aponta a OCDE. Com isso, o setor manufatureiro tem sido prejudicado. Entre os principais riscos a entidade cita justamente a chance de um período prolongado de tarifas mais altas entre Estados Unidos e China; novas barreiras comerciais entre Estados Unidos e União Europeia; uma desaceleração mais forte da economia chinesa; crescimento contido na Europa; e vulnerabilidades financeiras por causa do alto endividamento.

No caso dos Estados Unidos, a OCDE projeta crescimento de 2,8% neste ano, acima dos 2,6% previstos anteriormente. Para 2020, a expectativa subiu de alta de 2,2% para 2,3%. Para a China, as projeções de crescimento foram mantidas, em 6,2% em 2019 e 6,0% em 2020.

Na zona do euro, a projeção de crescimento aumentou de 1,0% a 1,2% em 2019, enquanto em 2020 ela passou de 1,2% para 1,4%. No Japão, por outro lado, a OCDE espera crescimento de 0,7% em 2019, quando anteriormente havia previsto avanço de 0,8%.

 

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