Agência de empregos na Espanha: o país teve o pior resultado, com um índice de desemprego de 24,6% em maio (Dominique Faget/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2012 às 13h58.
Paris - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) constatou nos últimos meses uma deterioração da situação econômica de seus países-membros e não descarta que vá piorar, em particular em uma zona do euro em plena recessão, sem esquecer o risco que significa a falta de acordo nos Estados Unidos diante do chamado "abismo fiscal".
Em seu relatório semestral de Perspectivas, a OCDE revisou para baixo suas estimativas, sobretudo para a zona do euro, cuja economia vai cair 0,4% neste ano - três décimos a mais que o esperado em maio - e vai continuar com uma queda de 0,1% em 2013.
A recuperação, que há seis meses era prevista já para o próximo ano, não chegará até 2014, com uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,3%.
Apesar de não ser tão ruim, o cenário também não é ideal para os Estados Unidos, com uma progressão do PIB de 2,2% neste ano, e de 2% o próximo, o que significa respectivamente dois e seis décimos a menos do estimado em seu relatório anterior. O ritmo de aumento deveria se acelerar a 2,8% em 2014.
O economista-chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan, admitiu em entrevista coletiva que "a situação parece pior que há seis meses", sobretudo na zona do euro, em cinco países em recessão em 2013: Grécia (-4,5%), Eslovênia (-2,1%), Portugal (-1,8%), Espanha (-1,4%) e Itália (-1%).
Padoan preveniu que, embora não seja o cenário de referência, "as coisas podem piorar", o que poderia levar a uma queda do PIB de aproximadamente 3% na zona do euro em 2013 e de quase 4% em 2014, com ligeiras baixas no PIB dos Estados Unidos.
Se essas últimas hipóteses se confirmarem, a OCDE considera que será preciso realizar novos rebaixamentos de taxas de juros na Europa e em diversos países emergentes, e que os Estados que dispõem de margem fiscal (citou especialmente a China e a Alemanha) teriam que utilizá-lo para estimular a demanda.
Justamente para evitar esses prognósticos ruins, o economista-chefe insistiu que nos Estados Unidos a prioridade é evitar o "abismo fiscal", o corte automático do gasto público, se não houver um acordo político até o fim do ano.