Economia

Obama alerta para nova crise se reforma financeira fracassar

Nova York - O presidente Barack Obama defendeu nesta quinta-feira, em Nova York, uma profunda reforma financeira, destacando que os Estados Unidos podem conhecer uma nova crise se uma nova regulação não for aprovada, ao mesmo tempo em que exortou Wall Street a apoiá-la. "É essencial que aprendamos as lições desta crise, para não nos […]

Para Obama, perder oportunidade de reestruturar regulação dos bancos levará a nova crise (.)

Para Obama, perder oportunidade de reestruturar regulação dos bancos levará a nova crise (.)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2010 às 16h56.

Nova York - O presidente Barack Obama defendeu nesta quinta-feira, em Nova York, uma profunda reforma financeira, destacando que os Estados Unidos podem conhecer uma nova crise se uma nova regulação não for aprovada, ao mesmo tempo em que exortou Wall Street a apoiá-la.

"É essencial que aprendamos as lições desta crise, para não nos condenarmos a repeti-la", declarou Obama, em pronunciamento feito em Cooper Union, uma universidade privada do sul de Manhattan, perto de Wall Street, região da Bolsa e dos grandes bancos.

"Não nos equivoquemos, é exatamente o que vai acontecer se deixarmos passar esta oportunidade" de começar do zero com o sistema regulatório dos bancos e outras instituições financeiras, projeto em exame no Senado, destacou o presidente.

Obama assegurou que suas reformas financeiras vão pôr um ponto final aos resgates efetuados com dinheiro dos contribuintes. "Um voto na reforma é um voto destinado a acabar com os planos de resgate financiados pelos contribuintes. Esta é a verdade. Ponto final", destacou.

Mais cedo, durante o dia, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, havia afirmado que o governo já não irá em socorro dos bancos que tenham assumido muitos riscos com o dinheiro dos contribuintes, e que, a partir de agora, numa situação parecida, passarão a ser "desmantelados".

"No futuro, se eles semearem novamente a desordem e se apresentarem mais uma vez à beira do precipício, queremos estar bem seguros de poder fechá-los, de desativá-los com todas as garantias, sem que o contribuinte tenha mais uma vez a obrigação de salvá-los", disse Geithner no Congresso.
 


Em sua intervenção, Obama tranquilizou os investidores, afirmando que acredita no capitalismo e no "poder do mercado". "Acredito num setor financeiro forte que nos ajude a formar capital, a obter empréstimos e investir nossas poupanças", afirmou. "Mas um mercado livre nunca significou permissão para se tomar tudo o que se pode".

"Alguns em Wall Street se esqueceram de que atrás de cada dólar na Bolsa ou investido, há uma família que tenta comprar uma casa, pagar seus estudos, abrir uma loja comercial ou poupar para a aposentadoria", enumerou o presidente.

"O que acontece aqui tem consequências reais em todo o país", recordou Obama, em alusão à crise financeira de 2008 que, nascida dos excessos no setor imobiliário, esteve a ponto de arrastar o sistema financeiro mundial, propagando-se à economia real.

Os Estados Unidos apenas começam a sair da crise, com um desemprego oficial ainda perigosamente perto da barreira dos 10%. Mas Obama disse também estar convencido de que é do interesse de Wall Street cooperar com ele e o Congresso para maior regulação do setor. "Estou hoje aqui porque quero exortá-los a se unirem a nós, não nos guerrearmos", disse o presidente ao dirigir-se diretamente aos líderes das grandes instituições financeiras.

Uma versão da reforma já foi aprovada na Câmara de Representantes e outra, apresentada pelo democrata Chris Dodd, na comissão de finanças do Senado. Mas esta última deve, ainda passar em plenário, para o que é necessário convencer alguns republicanos. "Nos aproximamos de um texto que será apoiado por ambos os lados", disse Dodd na terça-feira.

O discurso de Obama foi pronunciado num momento em que Wall Street é sacudida pelo escândalo do banco de investimentos Goldman Sachs, acusado pelo organismo regulador da Bolsa (SEC) americana de ter enganado conscientemente os investidores.
 


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