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O custo da homofobia para a Carolina do Norte: US$ 5 bilhões

A infame "lei do banheiro" faz com que empresas congelem investimentos no estado, que também pode perder fundos federais para a educação

Placa de banheiro para todos os gêneros no estado da Carolina do Norte nos Estados Unidos (Jonathan Drake / Reuters)

João Pedro Caleiro

Publicado em 19 de maio de 2016 às 11h50.

São Paulo - A "lei do banheiro" no estado americano da Carolina do Norte vai muito além das minorias sexuais e deve afetar a economia de forma geral.

A conta é de pelo menos US$ 5 bilhões por ano para o estado, segundo um estudo do Williams Institute da Universidade da California em Los Angeles, que estuda questões LGBT, junto com a Out Leadership, que assessora empresas sobre o tema.

A maior parte disso é a perda de US$ 4,8 bilhões em fundos para a educação. O guia federal diz que, quando a escola é notificada de que o estudante é transgênero, os educadores devem tratá-lo de acordo com a sua identidade.

Na contramão, a lei HB2 proibiu regulações locais que vetavam a discriminação com base em gênero e sexualidade, além de não permitir que transexuais usem o banheiro do sexo com o qual se identificam.

Tudo foi discutido, aprovado e assinado pelo governador republicano Pat McCrory no espaço de 24 horas para barrar avanços nas grandes cidades do estado. A reação foi imediata.

Mais de 90 executivos afirmaram em carta que a lei "tornaria mais desafiador para os negócios do estado recrutar e atrair os melhores e mais brilhantes trabalhadores do país, além de diminuir seu apelo como destino de turismo, novos negócios e atividade econômica".

É dessa perda de negócios que vem o resto da conta. Alguns exemplos: a PayPal desistiu de levar para Charlotte seu centro de operações (US$ 3,6 milhões em investimento) e o Deutsche Bank congelou uma expansão em Cary (250 empregos a menos).

O estudo cita, mas não calcula, consequências negativas nos setores de turismo e eventos, além das perdas de produtividade e do potencial de atração de trabalhadores. O governador depois restringiu por decreto o alcance da lei apenas para prédios públicos.

A maior parte das grandes empresas internacionais já entendeu que apoiar os direitos LGBT é uma boa estratégia diante de uma opinião pública que tolera cada vez menos práticas e declarações discriminatórias (vide o caso Barilla).

Setores como o financeiro, de entretenimento, esporte e tecnologia estão na linha de frente. Eles são cobiçados por seus empregos bem pagos e qualificados e ao mesmo tempo, precisam atrais jovens (inclusive gays) que levam a diversidade muito a sério.

Outros estados

Nos Estados Unidos, as chamadas "leis de liberdade religiosa" são uma forma dos governos locais satisfazerem o ranço anti-LGBT de eleitores conservadores.

Esse movimento ficou ao mesmo tempo mais forte e mais complicado diante do avanço da proteção LGBT em nível federal, marcada pela aprovação do direito ao casamento pela Suprema Corte em junho do ano passado.

No Mississippi, uma "lei de liberdade religiosa" nos moldes da Carolina do Norte também foi aprovada. No caso do estado da Georgia, uma lei parecida passou no Legislativo mas foi vetada pelo governador Nathan Deal.

A organização de turismo Visit Indy estimou que o estado de Indiana perdeu US$ 60 milhões em receita com a passagem de uma lei em março de 2015 que permitia negar serviços a cidadãos LGBT (o texto foi posteriormente "corrigido" para excluir essa possibilidade).

O custo da discriminação

No final de 2014, o Banco Mundial fez um evento para apresentar estudos que tentam calcular o impacto econômico da exclusão da população LGBT.

Isso começa com o assédio na escola, que diminui o potencial da educação. Depois vem o preconceito no ambiente de trabalho, que leva a menores salários, produtividade e participação na força de trabalho.

O preconceito também prejudica o diagnóstico e tratamento do HIV e aumenta as taxas de depressão e suícidio entre as minorias sexuais (isso sem falar na ameaça de violência física).

“Excluir minorias sexuais não é só uma tragédia humana, mas também um custo econômico que as sociedades impõem para si mesmas”, diz Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial.

São Paulo – Com muitas opções de lazer e diversão garantida, alguns bairros pelo mundo são considerados os melhores locais para o público gay, principalmente quando se trata dos turistas. O site AlugueTemporada, representante no Brasil da HomeAway, fez uma seleção dos 10 bairros mais gay-friendly (amigáveis) ao redor do mundo. Castro, em São Francisco, e Ipanema, no Rio de Janeiro , estão entre eles.  Veja nas imagens quais são os 10 bairros que melhor acolhem os turistas gays pelo mundo.
  • 2. Ipanema, no Rio de Janeiro

    2 /8(Mike Vondran / Flickr Commons)

  • Veja também

    País: Brasil O Rio de Janeiro já foi eleito diversas vezes um dos principais destinos no mundo para o público gay. E a praia de Ipanema é um dos bairros com mais opções de lazer e entretenimento.   Entre as ruas Prudente de Morais e Barão da Torre há diversas opções de bares e restaurantes que ficam lotados o ano todo. A rua começa na altura do Posto 9 da praia de Ipanema e se destaca com as diversas bandeiras coloridas.
  • 3. San Telmo, em Buenos Aires

    3 /8(Wikimedia Commons/Marianocecowski)

  • País: Argentina San Telmo está localizado próximo à Plaza de Mayo e é referência do turismo gay na América Latina. O bairro é bastante boêmio e tem também diversas galerias de arte lojas tradicionais, além do famoso mercado de Pulgas aos domingos. O Pride Café e o Baires Folk, boate de música eletrônica, são duas atrações muito conhecidas da região. Já no Tango Queer é possível aprender a dança adotar o papel tradicional do homem e a mulher.
  • 4. Chueca, em Madri

    4 /8(Wikimedia Commons/Osanjose)

    País: Espanha O Chueca está localizado no centro de Madri, mais especificamente entre as ruas Fuencarral e Barquillo. É por lá que também acontece anualmente a Festa de Orgulho Gay. Por muito tempo Chueca foi considerado um bairro para evitar, mas desde os anos 90 é o epicentro da comunidade gay de Madri. A região foi remodelada e hoje é considerada uma das mais chiques e glamorosos da cidade.  Entre as opções de lazer, o Bodega Angel Sierra, bar fundado em 1.900, e as casas noturnas LI, A Noite e Delirio são garantia de diversão.    O Mercado de San Antón é outra ótima opção de passeio, principalmente para quem gosta de produtos gourmet.
  • 5. Bairro Alto, em Lisboa

    5 /8(Wikimedia Commons/Miguel)

    País: Portugal Bairro Alto é um dos mais centrais da capital portuguesa, ele fica bem próximo do Chiado. É nele que está a famosa casa noturna Lux, propriedade de John Malcovich e onde tocam os DJs famosos. Os bares Purex, para mulheres, e The Cock, para os homens, são também referências na região. Todos os anos, em setembro, acontece o Festival de Cine Gay Queer Lisboa.
  • 6. Le Marais, em Paris

    6 /8(PlotSpoiler/Wikimedia Commons)

    País: França Las Marais está localizado entre o III e o IV distrito de Paris e possui mais de 22 mil habitantes. A Festa do Orgulho Gay acontece todos os anos por lá. Além de ser considerado a sede da comunidade homossexual de Paris, o bairro acomoda a maior comunidade judaica da Europa.  A Rua Rosier é a mais famosa da região. Nela, os turistas encontram diversas lojas abertas até aos domingos e muitas opções de restaurantes.  Em Las Marais há também o parque Place des Voges. O L'As Du Fallafel e a Droguerie du Marais são duas opções para quem gosta de boa comida. O bairro também conta com o Museu Carnavelet, o Hotel de Valle, a Place de la Bastille, o Museu Picasso e o centro Georges Pompidou.
  • 7. Soho, em Londres

    7 /8(Divulgação/AlugueTemporada)

    País: Inglaterra Todos os anos, em junho, acontece no bairro do Soho a Festa do Orgulho Gay. É nele também que está localizada a rua mais gay-friendly da Europa - a Old Compton Street. Outra rua famosa da região é a Waldour Street, onde está o “The Marquee Club”, local que já foi palco para shows históricos que aconteceram em Londres.
  • 8. Falando em viagem...

    8 /8(sergwsq/Thinkstock)

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