Economia

Número de famílias endividadas cresceu 6,39% no país em 2011

Os dados mostram que 62,5% das famílias têm algum tipo de dívida, o que representa 525 mil famílias nas capitais

Cartão de crédito: para o assessor econômico da Fecomercio, Guilherme Dietze, o aumento do salário foi o que permitiu que as pessoas pudessem aumentar suas dívidas (Philippe Ramakers/Stock.XCHNG)

Cartão de crédito: para o assessor econômico da Fecomercio, Guilherme Dietze, o aumento do salário foi o que permitiu que as pessoas pudessem aumentar suas dívidas (Philippe Ramakers/Stock.XCHNG)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2012 às 17h55.

São Paulo – O número de famílias endividadas no país cresceu 6,39% entre 2010 e 2011, de acordo com pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Os dados mostram que 62,5% das famílias têm algum tipo de dívida, o que representa 525 mil famílias nas capitais.

Em 2010 eram 58,6%. O volume das dívidas aumentou 11,57%, com as famílias devendo em 2010 R$ 145,1 bilhões e em 2011, R$ 161,9 bilhões. Por mês essa dívida fica em R$ 13,5 bilhões. Em 2010 era de R$ 12,1 bilhões.

A pesquisa mostrou também que ao mesmo tempo em que as dívidas aumentaram, o rendimento das famílias endividadas cresceu 11,7%, ao passar de R$ 491,5 bilhões para R$ 549,2 bilhões, ou R$ 45,8 bilhões por mês.

Segundo o assessor econômico da Fecomercio, Guilherme Dietze, o aumento do salário foi o que permitiu que as pessoas pudessem aumentar suas dívidas sem aumentar o comprometimento com as dívidas. “O importante foi que o aumento de renda proporcionou uma diminuição das famílias que têm dívidas. As famílias estão conseguindo quitar suas dívidas então não vemos um cenário crítico de endividamento”.

Na avaliação do economista, o estudo mostra que com a continuidade da renda do trabalhador as famílias continuarão se endividando, mas com condição para honrar os compromissos. O estudo indicou ainda que a dívida representa 29,5% da renda. “Nó consideramos que a taxa de 30% é saudável e não prejudica o orçamento. O ideal é dividir a renda em um terço para gastos fixos, um terço para gastos voluntários e outro para dívida”.


De acordo com a pesquisa o número de famílias inadimplentes caiu 2 pontos percentuais e representam 22,9% do total. Aqueles que afirmaram não terem condições para pagar as dívidas somam 8%. “As famílias melhoram sua situação financeira de um ano para outro, fazendo do ciclo econômico algo mais saudável. Fala-se muito de aumento da inadimplência, mas mostramos o contrário, que as famílias estão com consciência, pagando suas dívidas e não há risco de algum prejuízo maior na economia”.

A capital com aumento maior da quantidade de famílias endividadas foi Florianópolis, que tem 119.271 (88,8%) de suas 134.271 famílias nessa situação. Em relação ao ano anterior, houve um aumento de 45,6% no total de famílias endividadas. A capital com maior proporção de famílias endividadas foi Curitiba, com 526.704 (90,3%) de suas 583.453 famílias endividadas, 42,4% a mais do que em 2010, quando havia 369.761 famílias endividadas.

Quando analisados os números absolutos, São Paulo é a capital com maior quantidade de famílias endividadas. Das 3.580.341 famílias na capital paulista, 1.667.227 (47%) têm dívidas. Apesar da quantidade expressiva, a capital paulista viu o total de endividados recuar 0,27%, o que corresponde a pouco mais de 4,5 mil famílias.

Em Aracajú foi registrado o maior recuo, em 2010 eram 131.362 famílias endividadas e no ano passado caiu para 116.764 (-11,1%). Em números absolutos, Salvador teve maior número de dívidas quitadas. Das 631.683 famílias que tinham dívidas em 2010, 58.354 saldaram seus débitos (redução de 9,24%).

Para fazer a pesquisa foram entrevistadas 18 mil famílias por mês durante dois anos.

Acompanhe tudo sobre:Dívidas pessoaisFamíliaFecomércio

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor