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Número de cartão de crédito cresce 132% em sete anos

País já tem mais cartões que o Reino Unido, mas o aumento de 12% da inadimplência do brasileiro nos últimos cinco anos preocupa

Cartões de crédito: o número de operações feitas com o cartão de crédito em atraso há mais de 90 dias era de 29,5% (Bobby Yip/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 19h21.

São Paulo - O número de cartões de crédito cresceu 132% no Brasil entre 2004 e 2011, fazendo o País ficar à frente de economias como a do Reino Unido, mas o aumento de 12% da inadimplência do brasileiro nos últimos cinco anos preocupa. Os dados foram compilados pela consultoria de crédito e cobrança GoOn, que constatou também que a inadimplência vai na contramão dos Estados Unidos, onde o número diminuiu 17%, desde 2007.

O último número divulgado pelo Banco Central mostra que, em maio, o número de operações feitas com o cartão de crédito em atraso há mais de 90 dias era de 29,5%. Nos Estados Unidos, onde a estatística leva em conta atrasos de mais de 30 dias, a taxa era de 3,11% em fevereiro.

O economista da GoOn Breno Costa acha que a taxa de mau pagadores dá sinais de estabilização, mas adverte que não se pode descuidar do índice. "O cenário está bom, com emprego, crédito e renda. O problema é que, mesmo com o cenário bom, a gente viu um recente crescimento da inadimplência. Se alguma coisa sair dos trilhos, aí sim a gente pode ter problemas maiores."

Costa admite que a inadimplência tem relação com as altas taxas cobradas no setor, formando um ciclo vicioso. "Para se romper o ciclo, a grande sacada é o crédito positivo. É preciso conhecer o histórico do consumidor e, para isso, é necessária uma mudança de legislação", comenta Costa, explicando que a lei atual não permite acesso ao histórico completo do comprador, só identifica os devedores.

O economista contesta, porém, a afirmação de que os juros cobrados no Brasil são dez vezes superiores aos dos Estados Unidos, dizendo que esta comparação não pode ser feita sem que particularidades sejam levadas em conta. "São basicamente três pontos: a prática do 'parcelado sem juros' onera muito as operadoras; a diferença da taxa básica de juros é grande; e a inadimplência também é alta." Costa afirma que se estes fatores forem descontados, a taxa de juros brasileira é quatro vezes maior.

Apesar de alertar para os perigos do aumento de inadimplentes, o estudo da GoOn enxerga um espaço para o aumento nos gastos do cartão de crédito. O Brasil gasta 33,7% do PIB per capita com o cartão de crédito. Reino Unido e Estados Unidos gastam 39% e 45,6%, respectivamente. "Igualar os EUA nos próximos anos é um crescimento expressivo e possível de ser alcançado", conclui Breno Costa.

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O último número divulgado pelo Banco Central mostra que, em maio, o número de operações feitas com o cartão de crédito em atraso há mais de 90 dias era de 29,5%. Nos Estados Unidos, onde a estatística leva em conta atrasos de mais de 30 dias, a taxa era de 3,11% em fevereiro.

O economista da GoOn Breno Costa acha que a taxa de mau pagadores dá sinais de estabilização, mas adverte que não se pode descuidar do índice. "O cenário está bom, com emprego, crédito e renda. O problema é que, mesmo com o cenário bom, a gente viu um recente crescimento da inadimplência. Se alguma coisa sair dos trilhos, aí sim a gente pode ter problemas maiores."

Costa admite que a inadimplência tem relação com as altas taxas cobradas no setor, formando um ciclo vicioso. "Para se romper o ciclo, a grande sacada é o crédito positivo. É preciso conhecer o histórico do consumidor e, para isso, é necessária uma mudança de legislação", comenta Costa, explicando que a lei atual não permite acesso ao histórico completo do comprador, só identifica os devedores.

O economista contesta, porém, a afirmação de que os juros cobrados no Brasil são dez vezes superiores aos dos Estados Unidos, dizendo que esta comparação não pode ser feita sem que particularidades sejam levadas em conta. "São basicamente três pontos: a prática do 'parcelado sem juros' onera muito as operadoras; a diferença da taxa básica de juros é grande; e a inadimplência também é alta." Costa afirma que se estes fatores forem descontados, a taxa de juros brasileira é quatro vezes maior.

Apesar de alertar para os perigos do aumento de inadimplentes, o estudo da GoOn enxerga um espaço para o aumento nos gastos do cartão de crédito. O Brasil gasta 33,7% do PIB per capita com o cartão de crédito. Reino Unido e Estados Unidos gastam 39% e 45,6%, respectivamente. "Igualar os EUA nos próximos anos é um crescimento expressivo e possível de ser alcançado", conclui Breno Costa.

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