Economia

Novo rebaixamento traria perda imediata de US$ 8 bi

Os analistas britânicos notam, porém, que muitos gestores administram ativamente as carteiras e cerca de metade dessa posição já pode ter sido desmontada


	Previsão: analistas britânicos notam, porém, que muitos gestores administram ativamente as carteiras e cerca de metade dessa posição já pode ter sido desmontada
 (Thinkstock/Rodrigo bellizzi)

Previsão: analistas britânicos notam, porém, que muitos gestores administram ativamente as carteiras e cerca de metade dessa posição já pode ter sido desmontada (Thinkstock/Rodrigo bellizzi)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 12h30.

Londres - A gestora britânica Ashmore estima que há cerca de US$ 16 bilhões em ativos brasileiros relacionados a quatro grandes índices de referência para investir em mercados emergentes.

Esses recursos poderiam ter venda automática, caso o Brasil perdesse o grau de investimento em uma segunda agência de classificação de risco.

Os analistas notam, porém, que muitos gestores administram ativamente as carteiras e cerca de metade dessa posição já pode ter sido desmontada.

Ou seja, novo downgrade deflagraria onda vendedora automática de cerca de US$ 8 bilhões apenas por esses quatro índices.

Em relatório sobre mercados emergentes, os gestores da Ashmore estimam que carteiras que seguem os índices JP Morgan EMBI Investment Grade, JP Morgan CEMBI Investment Grade, Barclays EM USD Aggregate e Barclays Global Aggregate têm atualmente cerca de US$ 16 bilhões em ativos brasileiros.

"O mandato de gestão passiva do grau de investimento só prevê venda quando um segundo rebaixamento acontecer", dizem os analistas da gestora.

Diante dessa regra, poderia haver a venda maciça de papéis brasileiros que alcançaria os US$ 16 bilhões caso a Moody's ou a Fitch rebaixassem o país para "grau especulativo" também, acompanhando a decisão da S&P na primeira semana de setembro.

Apesar dessa condição, os gestores britânicos notam que boa parte dessa posição já poderia ter sido desmontada.

"A maioria das carteiras de mercados emergentes é gerida de forma ativa e muitos têm caminhado na direção do 'peso abaixo da média' (underweight) para o Brasil ultimamente", dizem os analistas, ao citar que a erosão macroeconômica tem feito o país regredir "aos dias desastrosos do ministro Guido Mantega", o que já afasta os investidores dos ativos do país.

Diante dessa gestão ativa, a Ashmore calcula que um segundo downgrade poderia deflagrar venda de cerca de US$ 8 bilhões em ativos brasileiros.

"É difícil fazer uma estimativa precisa sobre as futuras saídas em caso de um segundo rebaixamento, mas acreditamos que os fluxos reais serão muito menores que os US$ 16 bilhões. Talvez, metade desse montante", disseram os analistas em relatório.

Os gestores notam ainda que o rebaixamento da Standard & Poor's tem um aspecto positivo "ao remover um risco negativo" do cenário brasileiro.

"De fato, há sinais de que a economia está começando a ser tratada com a medicina do ajuste. Além da melhora marcante nas contas externas, a inflação está claramente desacelerando. Em agosto, o IPCA mostrou alta mensal de 0,22%, menos que o 0,62% de julho e 0,79% de junho", dizem os analistas. 

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