Economia

Novo Funrural terá alíquota de 1,5%, diz Jucá

Para fechar o contorno final da proposta, será realizada nova reunião no Ministério da Fazenda na quarta-feira

Romero Jucá: "Nós vamos reduzir a cobrança da contribuição de 2,3 para 1,5 por cento. Portanto, é uma diminuição de carga tributária" (Adriano Machado/Reuters)

Romero Jucá: "Nós vamos reduzir a cobrança da contribuição de 2,3 para 1,5 por cento. Portanto, é uma diminuição de carga tributária" (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 15 de maio de 2017 às 20h46.

Brasília - O presidente do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), afirmou nesta segunda-feira que o novo Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) terá uma alíquota de 1,5 por cento sobre a receita bruta, mas ressaltou que a proposta final de medida provisória sobre o tema somente será fechada na quarta-feira.

"Nós vamos reduzir a cobrança da contribuição de 2,3 para 1,5 por cento. Portanto, é uma diminuição de carga tributária", afirmou a jornalistas, após reunião do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Segundo Jucá, o pagamento do passivo -- a ser honrado por aqueles que não quitaram o Funrural nos últimos anos -- será feito por uma alíquota mais alta, que será de até 2,3 por cento. O prazo e a forma de pagamento ainda estão sendo discutidos, acrescentou ele.

Para fechar o contorno final da proposta, será realizada nova reunião no Ministério da Fazenda na quarta-feira.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), afirmou após a reunião que os parlamentares trabalham para que a cobrança do passivo só seja feita a partir do ano que vem.

"Até porque a maioria da nossa produção, dos nossos produtores já plantaram, já colheram e já venderam até lá. Então obviamente não vai ter receita para isso", afirmou.

A FPA entrou na mesa de negociações propondo uma alíquota de 1 por cento para o imposto novo e que a alíquota para os devedores não fosse superior à atual, de 2,3 por cento.

Leitão reafirmou que a ideia é que o contribuinte que já arcou com o Funrural nos últimos anos passe a ter como obrigação o novo imposto, sendo que a Receita Federal concordou "99,9 por cento" com a alíquota de 1,5 por cento. Aqueles que não pagaram o tributo, em geral protegidos por liminares, arcarão com alíquota maior provisória até quitarem seus passivos.

A questão sobre as dívidas decorrentes do não pagamento do Funrural, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir recentemente pela constitucionalidade do tributo, é uma das preocupações do setor agropecuário, especialmente de agricultores que se prepararam a próxima safra.

Segundo Leitão, o perdão de 100 por cento dos juros da dívida já foi acordado no âmbito das discussões. O desconto para multas, encargos e sucumbência, por outro lado, não poderá passar de 25 por cento, lembrou ele.

Questionado se a bancada ruralista vai se comprometer com a aprovação da reforma da Previdência após a edição da MP, Leitão afirmou que "uma coisa não tem nada a ver com a outra", embora particularmente seja a favor da reforma.

Leitão disse ainda que a MP sobre o assunto "tem que ser" publicada nesta semana.

Acompanhe tudo sobre:ImpostosRomero JucáSenado

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor