Economia

Novo avanço da covid-19 reduz expectativas de rápida retomada na Europa

Espanha, Alemanha e França registraram aumentos no número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus nesta semana

Covid-19: Na Espanha, um dos países mais afetados do continente, ao lado da Itália, os casos diários subiram para 1.772 nas últimas 24 horas (Angel Garcia/Getty Images)

Covid-19: Na Espanha, um dos países mais afetados do continente, ao lado da Itália, os casos diários subiram para 1.772 nas últimas 24 horas (Angel Garcia/Getty Images)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 7 de agosto de 2020 às 06h50.

O aumento dos casos de coronavírus na Europa ameaça as esperanças de uma recuperação rápida, quando várias regiões retomam medidas para controlar a doença.

Espanha, Alemanha e França registraram aumentos no número de pessoas infectadas com o vírus nesta semana. Ao mesmo tempo, várias empresas no continente anunciaram cortes de empregos devido ao impacto da pandemia em diversos setores, como viagens e hospitalidade, bancos e seguradoras.

Na Espanha, um dos países mais afetados do continente, ao lado da Itália, os casos diários subiram para 1.772 nas últimas 24 horas. É o número mais alto desde que o governo mudou a forma de compilação dos dados em 25 de maio, embora ainda esteja bem abaixo da cifra no pico do surto. O avanço foi liderado pelas regiões de Aragão e Madri.

A nova onda de casos não poderia ter vindo em pior hora para o setor de turismo do país, que foi duramente atingido. O destino de férias mais popular da Europa sofreu outro revés nesta semana, pois mais países seguiram o exemplo do Reino Unido ao impor restrições às pessoas que viajam para a Espanha.

A Suíça impôs quarentena de 10 dias a qualquer pessoa que retorne da Espanha, enquanto a Bélgica proibiu cidadãos de viajarem para a região da Catalunha, que decretou uma quarentena no mês passado para conter um surto.

As infecções diárias na Alemanha aumentaram acima de 1.000 na quinta-feira pela primeira vez desde meados de junho. O total de 1.285 novos casos foi o maior em mais de três meses, o que levou o ministro da Saúde, Jens Spahn, a apelar aos cidadãos para que respeitem as regras de higiene e distanciamento, incluindo o uso de máscaras em locais públicos.

Ele também anunciou que, a partir de sábado, a Alemanha vai exigir testes para pessoas que retornem de áreas designadas de alto risco, a menos que possam fornecer um resultado negativo recente. Os testes serão gratuitos.

‘Aumento preocupante’

“Esses últimos números mostram que a pandemia ainda não acabou”, disse Spahn em conferência de imprensa em Berlim. “O que preocupa é o aumento do número que víamos nos últimos dias e semanas”, acrescentou.

As infecções na França também aumentaram, apesar das regras que tornaram as máscaras obrigatórias em dezenas de cidades, incluindo Toulouse e Lille. A média móvel de sete dias de novos casos aumentou para mais de 1.000 na semana passada, pela primeira vez desde a primeira quinzena de maio. A média móvel ficou em 1.262 casos na quarta-feira, tendo mais do que dobrado nas últimas três semanas.

A propagação parece ter sido predominante entre jovens adultos que desrespeitaram as diretrizes antivírus. Na segunda-feira, o primeiro-ministro Jean Castex pediu aos franceses que mantenham uma disciplina antiCovid durante o verão para evitar um “novo bloqueio geral” no fim do ano.

O Reino Unido tem registrado o maior número de mortes relacionadas à Covid-19 na Europa, com mais de 46 mil falecidos, embora os casos confirmados pareçam estar se estabilizando, pelo menos por enquanto. Ainda assim, novas paralisações no norte da Inglaterra e no polo de petróleo escocês de Aberdeen destacam a situação precária, mesmo com os sinais de recuperação mais rápida da economia do que o esperado inicialmente.

Com a colaboração de Rudy Ruitenberg, Iain Rogers e Thomas Gualtieri.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaBloombergCoronavírusCrise econômicaEspanhaEuropa

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor