Meirelles comanda aperto monetário (.)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2010 às 10h20.
São Paulo - As novas projeções do Banco Central (BC) para inflação e Produto Interno Bruto (PIB) não devem alterar as expectativas do mercado financeiro em relação à política de juros. Na avaliação da economista-chefe do Banco ING, Zeina Latife, o relatório trimestral divulgado nesta quarta-feira (30) é "neutro".
"Não vejo as projeções do Banco Central incompatíveis com as do mercado", diz Zeina. O boletim Focus, que colhe previsões de cerca de cem instituições financeiras, projeta crescimento de 7,13% neste ano contra 7,3% do Banco Central. Para a inflação, o Focus estima 5,55% enquanto o BC prevê alta de 5,4%, ambas acima do centro da meta de 4,5%.
"Quando saiu a ata da última reunião do Copom, o Banco Central já falou em piora do cenário, o que afetou a curva de juros", diz Zeina, que prevê Selic em 11,50% no fim do ano, ligeiramente abaixo dos 11,75% estimados pelo boletim Focus.
A economista-chefe do Banco ING avalia que o crescimento robusto do primeiro trimestre mostra que "o Brasil está operando acima do seu potencial". Neste cenário, um aperto monetário é necessário. "Mas o foco principal do BC é a inflação em 2011."
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) será nos dias 20 e 21 de julho. No último encontro, nos dias 8 e 9 de junho, a taxa básica de juros (Selic) passou de 9,50% para 10,25% ao ano.