Economia

Queda da inflação em 2016 será a maior em 20 anos

Acredita-se em uma diminuição de 3,59 pontos porcentuais, de 9,04% para 5,45%, na inflação de 2015 para 2016


	Apesar de as expectativas para a inflação terem avançado para este ano, as de 2016 cederam
 (Germano Luders)

Apesar de as expectativas para a inflação terem avançado para este ano, as de 2016 cederam (Germano Luders)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2015 às 21h00.

Brasília - A diminuição da inflação que o Brasil deve constatar no ano que vem será a maior em quase 20 anos. De 1996 para 1997, o IPCA cedeu de 9,56% para 5,22%, uma diminuição de 4,34 pontos porcentuais.

Na ocasião, o Brasil não havia adotado o regime de metas de inflação, a taxa de câmbio ainda era controlada pelo governo e o histórico de inflação - não só de dois, mas de três e quatro dígitos - rondava os mais descrentes de que o governo conseguiria pôr a inflação sob controle nos anos seguintes.

Agora, depois de 19 anos, acredita-se em uma diminuição de 3,59 pontos porcentuais, de 9,04% para 5,45%, de 2015 para 2016, levando-se em conta o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 6.

O curioso é que, apesar de as expectativas para a inflação terem avançado para este ano, as de 2016 cederam.

Isso se dá em meio ao desaquecimento da economia e a discussões sobre o papel da inércia inflacionária (transmissão da alta de preços de um ano para o outro), que tem sido posta em destaque pelo Banco Central.

Magnitude de redução bem próxima a essa (de 3,57 pp) foi vista de 1997 para 1998, quando a inflação passou de 5,22% para 1,65%.

O histórico é do IBGE, responsável pela divulgação do indicador. Vale destacar que em 1995 a taxa de inflação acumulada no ano foi de dois dígitos, de 22,41%.

No ano anterior, quando foi implantado o Plano Real, o IPCA acumulou alta de três dígitos (916,46%) e, um ano antes, em 1993, de quatro: 2.477,15%.

Apesar do tamanho da desinflação esperada deste para o próximo ano, a taxa do IPCA aguardada pelo mercado financeiro para 2015 está bem acima do teto permitido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%.

Por isso, com 2015 praticamente ainda na metade, está cada vez mais claro que o descumprimento da missão pelo BC fará com que a instituição escreva uma carta aberta ao ministro da Fazenda, justificando os motivos que levaram ao fracasso da tarefa e indicando os próximos passos para colocar a inflação nos eixos.

Isso ocorreu em 2002, 2003 e 2004 e deve ser repetido agora, no início do ano que vem.

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