Economia

Expectativa de crescimento dos EUA é revisada para baixo

A recuperação não será suficiente para fazer a economia crescer mais que em 2014, como anteriormente previsto


	Dólares: a recuperação à partir do segundo trimestre não deve ser o suficiente para apagar o resultado pior do que o esperado do 1º trimestre
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Dólares: a recuperação à partir do segundo trimestre não deve ser o suficiente para apagar o resultado pior do que o esperado do 1º trimestre (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2015 às 06h54.

Nova York - Após um começo de ano difícil, economistas acreditam que a economia dos Estados Unidos deve voltar a crescer em 2015, assim como fez em 2014. Ainda assim, a recuperação não será suficiente para fazer a economia crescer mais que em 2014, como anteriormente previsto.

Um levantamento feito pelo Wall Street com 62 profissionais mostra que eles acreditam que a economia norte-americana contraiu 0,3% no primeiro trimestre, afetada pelo inverno rigoroso e problemas nos portos da Costa Oeste.

No segundo trimestre, entretanto, o Produto Interno Bruto (PIB) deve acelerar para 2,8% na comparação anual, graças ao maior número de trabalhadores empregados e crescimento dos salários.

Os entrevistados também creem que o freio ao comércio exterior causado pelo dólar mais forte deve se dissipar na segunda metade do ano, o que deve levar o crescimento econômico a um ritmo de 3%.

A pesquisa de maio foi feita antes de o Departamento de Comércio divulgar que as vendas no varejo em abril ficaram estáveis entre março e abril. Alguns economistas, entretanto, minimizaram o número.

"Esses dados irão ficar melhores quando tivermos os números do setor de serviços", disse Stuart Hoffman, da PNC Financial Services. "É lá onde os consumidores estão gastando sei dinheiro, e em abril a alta dos gastos em restaurantes aponta para uma forte demanda de serviços em geral."

Hoffman acredita que mais empregos e salários mais altos, aliados ao crescimento do valor de imóveis e de ações, deve permitir que os gastos dos consumidores cresça perto de 3% este ano. No ano passado, o crescimento foi de 2,5%.

A recuperação à partir do segundo trimestre, entretanto, não deve ser o suficiente para apagar o resultado pior do que o esperado dos três primeiros meses.

Com isso, os economistas revisaram sua expectativa de crescimento do PIB para 2015 para 2,2%, menos do que a estimativa de 2,7% feita em abril. Se confirmado, o resultado será menor do que o crescimento registrado em 2014, 2,4%.

Apesar do número mais modesto, muitos esperam uma aceleração das contratações, que devem ficar na média de 223 mil por mês no restante do ano, acima das 184 mil contratações por mês registradas no primeiro trimestre. A taxa de desemprego deve cair a 5,1% em dezembro, de 5,4% em abril.

"O crescimento sólido do mercado de trabalho e baixo preço da energia podem impulsionar o consumo", disse Michael Moran, da Daiwa Capital Markets.

As perspectivas para o resto de 2015, no entanto, seriam melhores se não fosse o dólar mais forte e as dificuldades impostas ao setor de energia pelo petróleo mais barato, disseram os economistas. Um aumento do déficit comercial retirou 1,25 ponto porcentual do crescimento do PIB no primeiro trimestre, e o setor de mineração, que engloba o de extração de petróleo, demitiu quase 49 mil trabalhadores este ano.

Ainda assim, problemas no exterior continuam sendo os maiores riscos para a economia norte-americana, disseram os entrevistados. E eles podem vir de duas formas: crescimento mais fraco no exterior que, combinado com a alta do dólar, pode minar as exportações dos EUA; ou um evento geopolítico, como a escalada da crise ucraniana, que poderia perturbar os mercados financeiros e afetar a economia como um todo.

Por causa dos dados do primeiro trimestre, mais economistas acreditam que o Fed irá elevar os juros em setembro. Foram 73% deles na pesquisa de maio, ante 65% em abril e 38% em março.

Apenas 7% acredita que o aperto monetário começa em junho, ante 50% em janeiro. Fonte: Dow Jones Newswires.

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