Economia

Argentina tentará negociar dívidas para evitar a moratória

"Minha impressão é que querem derrubar a reestruturação da dívida argentina", disse o ministro da Economia argentino, Axel Kicillof


	Cristina com Capitanich e Axel Kicillof (d): Kicillof afirmou que decisão do juiz "não é razoável"
 (AFP)

Cristina com Capitanich e Axel Kicillof (d): Kicillof afirmou que decisão do juiz "não é razoável" (AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2014 às 20h36.

O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, disse nesta terça-feira que a Argentina vai tentar negociar com o juiz americano Thomas Griesa uma fórmula financeira para evitar que o país suspenda o pagamento da sua dívida externa.

Kicillof afirmou que a decisão do juiz "não é razoável".

"Vamos enviar nossos advogados para falar com Griesa (que ordenou o pagamento de 100% da dívida de 1,5 bilhão de dólares em dinheiro). Se pagarmos (aos fundos especulativos demandantes), os outros credores (que aceitaram a reestruturação da dívida) pedirão imediatamente que paguemos 15 bilhões. Não podemos pagar isso, não é razoável", disse Kicillof em uma coletiva de imprensa para explicar a estratégia do país em relação à decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos.

Para o ministro, a decisão adversa da justiça americana que obriga o país a pagar a dívida suspensa aos fundos especulativos busca "derrubar" a reestruturação negociada com os credores, levando o país a uma moratória.

"Minha impressão é que querem derrubar a reestruturação da dívida argentina", disse o ministro.

Segundo Kicillof, "se a Argentina se vir obrigada a pagar os fundos abutres, o país será empurrado para uma moratória", e esclareceu: "Não estamos dispostos a negociar sob qualquer condição".

Os "fundos abutres" são aqueles comprados de empresas à beira da falência com o objetivo de recuperá-las depois.

No caso da Argentina, o governo do país considera que muitos investidores compraram títulos da dívida mesmo depois de o pagamento ter sido suspenso.

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