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Norte desperdiça R$ 2 bilhões com térmicas

O gasto extra deve-se, em grande parte, ao atraso de redes locais de transmissão e subestações de energia em construção em Manaus e Macapá

Eletricidade: as conexões para acessar essa malha não estão prontas até hoje (REUTERS/Paulo Santos)
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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 09h10.

Brasília - Corroído por dívidas bilionárias, o setor elétrico perdeu a chance de economizar aproximadamente R$ 2 bilhões neste ano com a redução do uso de usinas térmicas movidas a óleo na região Norte do País. O gasto extra deve-se, em grande parte, ao atraso de redes locais de transmissão e subestações de energia em construção em Manaus (AM) e Macapá (AP).

Há mais de um ano, as duas capitais tinham de estar preparadas para a conexão ao chamado "linhão de Tucuruí", rede de 1,8 mil quilômetros de extensão que sai da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, para cruzar a região amazônica e ligar as duas cidades ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Essa rede permite administrar a distribuição de energia gerada em qualquer região do País. O problema é que as conexões para acessar essa malha não estão prontas até hoje.

Desde o ano passado, o linhão de Tucuruí está disponível para Manaus. Em julho de 2013, a cidade fez sua ligação com o sistema por meio de uma linha da Amazonas Energia. Mas usou uma malha provisória, com limitações técnicas. Resultado: mesmo conectada à rede nacional há mais de um ano, Manaus continua a queimar óleo diesel como nunca.

Em relatório, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) lembra que previa a desativação de grande parte do parque térmico de Manaus, "mas, em virtude do atraso nas obras de 230 kV e 138 kV, esse sistema elétrico foi integrado ao SIN por meio de uma configuração provisória, o que implica em operar essa interligação com níveis baixos de intercâmbios e, consequentemente, manter o parque térmico existente".

Em nota, a Eletrobras, que controla a Amazonas Energia, informou ter investido R$ 540 milhões no projeto nos últimos três anos e que "as obras estão quase todas concluídas", com previsão de entrega até o fim deste ano. Sobre as causas do atraso, alegou demora de "responsáveis por liberações fundiárias, licenças ambientais, entre outros órgãos".

A situação é ainda pior em Macapá. Desde janeiro o linhão de Tucuruí está pronto para ser acionado pela capital do Amapá, que depende da geração feita por nove usinas a óleo. Até hoje, porém, nenhum quilowatt do sistema nacional chegou às casas da região.

Controlada pelo governo estadual, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) tinha planos de entregar a subestação de energia e a linha de 39 km para conexão ao SIN em janeiro. Problemas para destravar as obras jogaram esse prazo para maio. Agora, aponta o ONS, o Amapá deve se ligar ao SIN a partir de outubro. Ao Estado, o presidente da CEA, Francisco Almendra, esticou um pouco mais o prazo para 15 de dezembro.

"É nossa nova data alvo", disse. Sobre as dificuldades enfrentadas, culpou "contratempos com fornecedores e atraso na liberação de recursos". O financiamento da obra de R$ 42 milhões foi feito pelo governo do Amapá com a Caixa. "Hoje, essas pendências estão resolvidas. A partir de dezembro, estaremos conectados", garantiu.

As complicações da CEA derivam também de um passivo milionário da empresa com a sua fornecedora de energia, a Eletronorte. Até janeiro de 2015, diz Francisco Almendra, a CEA deve quitar uma dívida de aproximadamente R$ 700 milhões com a companhia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Corroído por dívidas bilionárias, o setor elétrico perdeu a chance de economizar aproximadamente R$ 2 bilhões neste ano com a redução do uso de usinas térmicas movidas a óleo na região Norte do País. O gasto extra deve-se, em grande parte, ao atraso de redes locais de transmissão e subestações de energia em construção em Manaus (AM) e Macapá (AP).

Há mais de um ano, as duas capitais tinham de estar preparadas para a conexão ao chamado "linhão de Tucuruí", rede de 1,8 mil quilômetros de extensão que sai da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, para cruzar a região amazônica e ligar as duas cidades ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Essa rede permite administrar a distribuição de energia gerada em qualquer região do País. O problema é que as conexões para acessar essa malha não estão prontas até hoje.

Desde o ano passado, o linhão de Tucuruí está disponível para Manaus. Em julho de 2013, a cidade fez sua ligação com o sistema por meio de uma linha da Amazonas Energia. Mas usou uma malha provisória, com limitações técnicas. Resultado: mesmo conectada à rede nacional há mais de um ano, Manaus continua a queimar óleo diesel como nunca.

Em relatório, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) lembra que previa a desativação de grande parte do parque térmico de Manaus, "mas, em virtude do atraso nas obras de 230 kV e 138 kV, esse sistema elétrico foi integrado ao SIN por meio de uma configuração provisória, o que implica em operar essa interligação com níveis baixos de intercâmbios e, consequentemente, manter o parque térmico existente".

Em nota, a Eletrobras, que controla a Amazonas Energia, informou ter investido R$ 540 milhões no projeto nos últimos três anos e que "as obras estão quase todas concluídas", com previsão de entrega até o fim deste ano. Sobre as causas do atraso, alegou demora de "responsáveis por liberações fundiárias, licenças ambientais, entre outros órgãos".

A situação é ainda pior em Macapá. Desde janeiro o linhão de Tucuruí está pronto para ser acionado pela capital do Amapá, que depende da geração feita por nove usinas a óleo. Até hoje, porém, nenhum quilowatt do sistema nacional chegou às casas da região.

Controlada pelo governo estadual, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) tinha planos de entregar a subestação de energia e a linha de 39 km para conexão ao SIN em janeiro. Problemas para destravar as obras jogaram esse prazo para maio. Agora, aponta o ONS, o Amapá deve se ligar ao SIN a partir de outubro. Ao Estado, o presidente da CEA, Francisco Almendra, esticou um pouco mais o prazo para 15 de dezembro.

"É nossa nova data alvo", disse. Sobre as dificuldades enfrentadas, culpou "contratempos com fornecedores e atraso na liberação de recursos". O financiamento da obra de R$ 42 milhões foi feito pelo governo do Amapá com a Caixa. "Hoje, essas pendências estão resolvidas. A partir de dezembro, estaremos conectados", garantiu.

As complicações da CEA derivam também de um passivo milionário da empresa com a sua fornecedora de energia, a Eletronorte. Até janeiro de 2015, diz Francisco Almendra, a CEA deve quitar uma dívida de aproximadamente R$ 700 milhões com a companhia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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