Nobel da Economia premia trio por novas abordagens no combate à pobreza
O indiano Abhijit Banerjee, a francesa Esther Duflo e e o americano Michael Kremer foram os premiados nesta segunda
Agência Brasil
Publicado em 14 de outubro de 2019 às 07h47.
Última atualização em 14 de outubro de 2019 às 12h44.
O indiano Abhijit Banerjee, a francesa Esther Duflo e e o americano Michael Kremer foram premiados nesta segunda-feira (14) com o Prêmio Nobel de Economia pela sua "abordagem experimental para aliviar a pobreza global".
"Os premiados deste ano introduziram uma nova abordagem para obter respostas confiáveis sobre as melhores formas de combater a pobreza global", frisou a academia na apresentação dos escolhidos para o Nobel da Economia.
A franco-americana Duflo se torna apenas a segunda mulher ganhadora do Nobel de Economia nos 50 anos de história do prêmio, além da mais nova, aos 46 anos.
Em comunicado, o comitê Nobel afirma que os premiados de Economia deste ano introduziram novas abordagens para buscar os melhores caminhos para o combate à pobreza global, com foco em aspectos concretos e manejáveis como, por exemplo, a busca das intervenções mais eficazes para melhorar a saúde infantil e a educação.
Concentrados em campos concretos e com uma abordagem experimental, os pesquisadores encontraram métodos mais eficazes para resolver problemas específicos.
Kremer e seus colegas, em meados da década de 90, mostraram a potencial eficácia de novas abordagens utilizando experiências de campo para avaliar uma série de intervenções que puderam melhorar os resultados escolares no oeste do Quênia.
Banerjee e Duflo, que são casados, realizaram estudos similares em outros campos e em outros países e frequentemente em cooperação com Kremer.
"Os premiados - e aqueles que seguiram suas pegadas em outros estudos - melhoraram notavelmente a nossa possibilidade de lutar contra a pobreza", diz o comunicado.
Como resultado direto de um dos estudos, mais de cinco milhões de crianças na Índia se beneficiaram com programas para melhorar o rendimento escolar. Outro exemplo são os subsídios para programas preventivos em saúde em alguns países.
O comunicado ressalta a importância da luta contra a pobreza global e lembra que, apesar de todos os progressos que feitos pela humanidade, cerca de cinco milhões de crianças no mundo todo ainda morrem por causa de doenças que poderiam ser prevenidas.
Cerca de 700 milhões de pessoas ainda vivem em extrema pobreza, segundo o Banco Mundial. Além disso, 50% das crianças de todo o mundo deixam a escola sem alfabetização básica e sem mínimas habilidades de matemática.
Os três vencedores do Nobel de Economia dividirão a quantia de nove milhões de coroas (830.000 euros, 920.000 dólares) e receberão uma medalha de ouro e um diploma.
A cerimônia de entrega do Nobel acontecerá em 10 de dezembro, data de aniversário da morte de seu idealizador, o industrial e filantropo sueco Alfred Nobel (1833-1896).
O Nobel de Economia, oficialmente denominado "Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel", é o único que não estava previsto no testamento do inventor da dinamite. Foi instituído em 1968 pelo Banco Central da Suécia para celebrar os 300 anos da instituição.
Economia é o último dos prêmios a ser anunciado, com os vencedores de medicina, física, química, literatura e paz já tendo sido revelados ao longo da semana passada.
(Com EFE, Reuters e Agência Brasil)