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Negociações comerciais avançam lentamente entre Washington e Pequim

Donald Trump estimou na sexta-feira que um "grande acordo" poderia ser alcançado "muito rapidamente!"

Donald Trump e Xi Jinping: uma trégua na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China depois de um jantar em Buenos Aires | Xinhua/Sipa USA/Fotoarena / (Xinhua/Sipa USA/Fotoarena/Reprodução)
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AFP

Publicado em 16 de dezembro de 2018 às 11h06.

A contagem regressiva para um acordo comercial começou. E, pela primeira vez, Washington e Pequim parecem determinados a alcançá-lo, ignorando os assuntos diplomáticos que poderiam comprometer o resultado de suas delicadas negociações.

Donald Trump estimou na sexta-feira que um "grande acordo" poderia ser alcançado "muito rapidamente!", justificando essa urgência pela desaceleração da economia do gigante asiático, alvo de tarifas punitivas dos Estados Unidos.

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Essas declarações foram feitas no momento em que a ministra das Relações Exteriores do Canadá se reunia com seu colega americano para discutir o caso de Meng Whanzhou, diretora financeira da gigante das telecomunicações chinesa Huawei, presa em 1º de dezembro pelo Canadá a pedido de Washington. O caso provocou uma crise diplomática entre Ottawa e Pequim.

A chinesa, suspeita de cumplicidade em fraude para contornar as sanções americanas contra o Irã, foi libertada sob fiança, mas deve aguardar o processo de extradição para os Estados Unidos.

No entanto, Donald Trump disse que estava pronto para intervir se fosse "necessário", especialmente se permitisse concluir um acordo comercial com o presidente chinês Xi Jinping.

Apenas duas semanas atrás, o presidente republicano e seu colega chinês decretaram uma trégua na guerra comercial que vêm travando há meses.

Em termos concretos, Donald Trump concordou em adiar por 90 dias o aumento das tarifas alfandegárias sobre 200 bilhões de dólares em mercadorias chinesas que deveria ocorrer em 1º de janeiro.

Diante das dúvidas dos mercados financeiros sobre o alcance de tal adiamento, as autoridades chinesas aumentaram as medidas para aplacar a ira de Washington, que exige que Pequim ponha fim às suas práticas comerciais "injustas".

- "Sinal" -

Além da suspensão das sobretaxas impostas a carros e autopeças importadas dos Estados Unidos e retomada da compra maciça de soja americana, o governo chinês também se declarou pronto para negociar tanto em seu solo como no território americano.

"Acho que os Estados Unidos e a China finalmente entraram em uma fase séria de negociações", comentou Edward Alden, especialista em comércio internacional do Council on Foreign Relations, observando que "houve um progresso mais substancial".

O fato de o anfitrião da Casa Branca ter escolhido Robert Lighthizer como negociador chefe também é um forte "sinal", diz ele. Porque o representante é um especialista em direito comercial com experiência em negociações difíceis.

Em menos de dois anos - ele se juntou ao governo Trump em maio de 2017 - Lighthizer reformou com sucesso o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), entre Estados Unidos, Canadá e México, cujo texto emendado foi formalmente assinado há quinze dias.

Também é conhecido por ter lidado com transações complexas com o Japão durante o governo Reagan nos anos 1980.

Discussões sérias e gestos de apaziguamento não significam a assinatura de um acordo até 1º de março, concordam os especialistas, já que o caminhoi é longo.

Donald Trump continua a denunciar um desequilíbrio comercial por causa das práticas comerciais "injustas" da China, como a transferência forçada de tecnologia de empresas americanas em troca de acesso ao mercado chinês ou subsídios a empresas estatais.

Em uma rara entrevista na semana passada, Robert Lighthizer enfatizou que por trás de suas negociações estava a manutenção da superioridade tecnológica dos Estados Unidos.

O fator desconhecido é a interferência dos assuntos diplomáticos. Além do caso Huawei, as autoridades americanas acusam a China de ataques cibernéticos em solo americano. Assim, atribuíram recentemente um ataque hacker a uma base de dados da gigante hoteleira Marriott.

Por enquanto, os presidentes dos Estados Unidos e da China fingem não misturar negociações comerciais e soluços diplomáticos. Mas esta posição é sustentável? No caso da Huawei, "os Estados Unidos terão que decidir se apoiam o Canadá", um aliado histórico, observa Edward Alden. Correndo o risco de irritar Pequim.

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