Economia

Não falamos sobre combustíveis, diz presidente da Petrobras após reunião com Lula

Diante da pressão da pasta de Minas e Energia, Jean Paul fala sobre encontro no Palácio do Planalto

Na sexta-feira, Silveira pediu a redução do preço dos combustíveis (Maria Magdalena Arrellaga/Getty Images)

Na sexta-feira, Silveira pediu a redução do preço dos combustíveis (Maria Magdalena Arrellaga/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 21 de novembro de 2023 às 20h40.

Após reunião de mais de uma hora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Fernando Haddad (Fazenda), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que não houve debate sobre o preço de combustíveis. Segundo ele, os integrantes do primeiro escalão trataram do plano estratégico da companhia, que será apreciado na próxima quinta-feira.

Desde sexta-feira, Silveira e Prates entraram em um embate público sobre o reajuste de combustíveis. Enquanto o ministro de Minas e Energia pressiona pela baixa nos preços, o presidente da Petrobras defende a manutenção da política da estatal.

"Não viemos discutir plano de combustível. Hoje não houve discussão de combustível", disse Prates, ao sair do Palácio do Planalto.

Ele reiterou que os preços de combustíveis não são decididos em reuniões como a que ocorreu nesta terça-feira. Acrescentou ainda que, na conversa, foi discutido sobre o plano estratégico da empresa.

"A Petrobras é que decide preço sobre combustíveis. Agora, claro, não existe um pedido neste sentido. Nós seguramos (o preço) algum tempo, com estabilidade, durante muito tempo de oscilação. A oscilação continua acontecendo. Então, viemos discutir outros assuntos para fechar o plano estratégico. Estamos na reta final do plano estratégico. Então, é natural que eu venha conversar sobre diretrizes gerais e aprovar na quinta-feira o plano estratégico".

Troca de farpas

Na sexta-feira, Silveira pediu a redução do preço dos combustíveis. Em entrevista à GloboNews, o ministro falou em “puxar a orelha” da companhia. O principal argumento é a queda da cotação do petróleo no mercado internacional.

No dia 19 de outubro, a Petrobras anunciou uma queda de 4,1% na gasolina e um aumento de 6,6% no valor do diesel. Desta data até a última quinta-feira, o barril de petróleo do tipo brent (considerado referência no mercado internacional) recuou de US$ 92,38 para US$ 77,42, uma queda de 16,19%.

Pelas redes sociais, o presidente da Petrobras disse que, se o ministério de Silveira quisesse “orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente”, seria necessário seguir tanto a Lei das Estatais e as regras do Estatuto Social da companhia.

No domingo, Silveira voltou a cobrar a redução do preço dos combustíveis. O ministro disse que não compreendeu as declarações de Prates e afirmou que os preços dos combustíveis são importantes para garantir a inflação dentro da meta.

Desgaste de Prates

Nesta terça-feira, a colunista do GLOBO, Malu Gaspar, informou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, deve apresentar nesta semana a Lula uma sugestão de substituto para o atual presidente da Petrobras, com quem vem travando uma guerra interna no governo já há alguns meses.

De acordo com a colunista, Costa quer emplacar no lugar de Prates seu homem de confiança e secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Marcus Cavalcanti, que também já foi secretário de Infraestrutura da Bahia em sua gestão como governador do estado.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaFernando HaddadJean Paul Prates

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE