Meirelles: "A nossa ideia é que a base vai defender e votar o relatório como está", disse Meirelles (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 18 de abril de 2017 às 20h53.
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira que não espera mais mudanças na proposta de reforma da Previdência durante a tramitação no Congresso.
Após muita negociação do governo com parlamentares da base, o texto final da reforma da Previdência foi praticamente fechado nesta terça-feira, mas ainda estão pendentes pequenos detalhes que ainda serão acertados.
"A nossa ideia é que a base vai defender e votar o relatório como está", disse Meirelles em entrevista concedida à Reuters por telefone.
O relatório, que seria apresentado nesta terça-feira em comissão especial, prevê idade mínima menor para aposentadoria de mulheres e trabalhadores diferenciados e menos tempo de contribuição para receber a aposentadoria integral a que cada um tem direito. A análise do texto na comissão agora está prevista para a manhã de quarta-feira.
O parecer do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), cujo esboço foi apresentado em reunião do presidente Michel Temer com parlamentares governistas nesta manhã, estabelece idade mínima de aposentadoria para mulheres de 62 anos e de 65 anos para homens, com 25 anos de contribuição.
Quem quiser receber a aposentadoria máxima a que tem direito com base em seus salários precisará contribuir por 40 anos. Antes, a idade mínima era de 65 anos para ambos os sexos e com contribuição de 49 anos para conseguir receber o salário integral da Previdência.
"A intenção é aprovar o relatório como será proposto pelo deputado relator", afirmou Meirelles.
Por ora, a redução na economia com as mudanças no texto estimada pela equipe econômica está entre 20 e 25 por cento em dez anos em relação ao texto original. Nas contas do governo, a economia com a reforma será de 630 bilhões de reais.
Segundo Meirelles, a aprovação da reforma na primeira metade deste ano deve melhorar as expectativas para a economia brasileira, mas qualquer atraso não deve prejudicar a proposta.