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Os shoppings têm espaço para jovens lojistas sem experiência e dinheiro, mas com muita garra? Para o empresário Fábio Gliosci, proprietário da Central Surf, a resposta é sim. Gliosci prepara-se para montar no Aricanduva uma das maiores lojas multimarca de artigos sportware de São Paulo, com 2 000 metros quadrados. Para concretizar o empreendimento, a […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h53.

Os shoppings têm espaço para jovens lojistas sem experiência e dinheiro, mas com muita garra? Para o empresário Fábio Gliosci, proprietário da Central Surf, a resposta é sim. Gliosci prepara-se para montar no Aricanduva uma das maiores lojas multimarca de artigos sportware de São Paulo, com 2 000 metros quadrados. Para concretizar o empreendimento, a oitava unidade de sua rede, buscou empréstimo de 400 000 reais no BNDES e contratou o arquiteto Marco Donini, que projeta academias Competition. A loja terá pista de skate, paredão para escalada, internet grátis e outros serviços oferecidos nas surf shops americanas -- tudo isso para o consumidor de baixa renda. A Central Surf atende descolados das classes B e C que circulam nos shoppings Aricanduva, Tatuapé, Silvio Romero, Penha, Center Norte e Interlagos. Sua única loja de rua fica na 7 de Abril, no Centro. Os moradores das zonas oeste e sul ligados a esportes radicais só ouvem falar na rede quando acompanham torneios de surfe ou de skate que têm o co-patrocínio da Central Surf.

O empresário optou pelo consumidor de baixa renda e fez do atendimento o seu diferencial. Os vendedores recebem o cliente com descontração, sorriem para dar o preço e têm paciência infinita. "Há uma grande diferença entre ter dinheiro e ter disposição para gastar", diz Gliosci. "Muitos lojistas de shopping ignoram isso e ainda tratam o consumidor de baixa renda como cliente de segunda categoria." Seu público responde bem ao tratamento vip. Nos melhores meses, o faturamento da rede chega a 1 milhão de reais.

Gliosci contrariou o pai, a mãe e amigos para montar a primeira loja. Tinha então 23 anos, um diploma de economia e, no currículo, apenas um estágio na Linhas Correntes. Precisou assinar 50 notas promissórias para abrir o ponto de 44 metros quadrados no recém-lançado Aricanduva. Nas prateleiras improvisadas, ajeitou mercadorias que conseguiu por empréstimo. "Eram tempos românticos", diz Gliosci. "Se a administração do shopping não tivesse acreditado em mim, eu não teria vencido os primeiros anos."

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