Economia

Na Alemanha, secretário dos EUA propõe estímulos à demanda

Jack Lew defendeu que os países com superávit orçamentário adotem políticas de estímulo ao consumo doméstico

Ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, e o Secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, em conferência de imprensa em Berlim (Tobias Schwarz/Reuters)

Ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, e o Secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, em conferência de imprensa em Berlim (Tobias Schwarz/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2013 às 10h00.

Berlim - O secretário de Tesouro dos EUA, Jack Lew, defendeu nesta terça-feira que os países com superávit orçamentário adotem políticas de estímulo ao consumo doméstico, no que pareceu ser um recado à Alemanha.

Lew foi a Berlim para uma reunião com o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble. A Alemanha tem o maior superávit comercial da zona do euro, e no passado já rejeitou a pressão para adotar medidas que garantam maior equilíbrio nos fluxos comercias da Europa.

"O motor do crescimento econômico precisa ser a demanda do consumidor..., políticas que ajudem a estimular a demanda do consumo nos países que tenham essa capacidade seriam úteis", disse Lew em entrevista coletiva ao lado de Schaeuble.

Lew tem pressionado autoridades europeias a moderarem suas políticas de austeridade, como forma de estimular o crescimento, e fez um apelo a países superavitários, como a Alemanha, para impulsionarem o consumo para ajudar a tirar todo o continente das suas dificuldades econômicas.

Mas Schaeuble e Lew se esforçaram em minimizar divergências, e o alemão argumentou que crescimento e consolidação orçamentária não são coisas excludentes.

"Ninguém, incluindo a Europa, vê esse contraste entre consolidação fiscal e crescimento. Nossa posição comum é de consolidação amistosa ao crescimento, ou de crescimento sustentável, como vocês queiram chamar", afirmou ele a jornalistas.

Lew também disse haver um interesse comum dos EUA e da Alemanha em assegurar que os paraísos fiscais não distorçam o ambiente financeiro.

Em sua primeira visita oficial à Europa, o secretário se reuniu na segunda-feira com autoridades da União Europeia, em Bruxelas, e com o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, em Frankfurt. Ele viaja ainda na terça-feira a Paris, onde será recebido pelo ministro francês das Finanças, Pierre Moscovici.

Lew é um especialista em orçamento, e um importante conselheiro do presidente Barack Obama, o que pode ajudar nas suas tratativas com autoridades europeias a respeito de déficits e dívida.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaCrise econômicaEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricos

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação