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Governo espera contraproposta dos EUA e da Europa sobre TV digital

Segundo ministro das Comunicações, Hélio Costa, japoneses propõem, em documento, não cobrar royalties pelo uso deferramentas para implantar deseu padrão de transmissão

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h13.

O governo brasileiro aguarda uma contraproposta de americanos e europeus, capaz de cobrir a ousada oferta dos japoneses na disputa pela implantação do modelo de transmissão da TV digital. O Japão está disposto a dispensar a cobrança de royalties pelos softwares necessários à instalação de seu modelo no Brasil. "Não temos preferência por nenhum modelo, mas os japoneses enviaram um documento com essa proposta ao governo", afirma o ministro das Comunicações, Hélio Costa.

O padrão de TV digital começou a ser discutido no Brasil em 1997, mas ainda falta definir a tecnologia que será adotada e com que objetivo. Em 2003, por exemplo, o antecessor de Costa, Miro Teixeira, abandonou as negociações com outros países e investiu no desenvolvimento de um padrão brasileiro. Sem sucesso, o mercado amargou dois anos perdidos. A retomada de negociações abriu um novo período de disputa entre os grandes concorrentes deste mercado. "Estamos esperando uma contraproposta dos americanos e europeus que cubra a oferta japonesa de cancelamento de royalties", diz Costa, que participa nesta segunda-feira (21/11) de evento sobre o futuro das telecomunicações, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

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"Não vamos reinventar a roda, mas aprimorá-la à realidade brasileira", disse Costa durante sua exposição. Segundo o ministro, mais da metade dos domicílios brasileiros ainda capta imagens de TV com antenas rudimentares em cima do televisor, ou antenas externas -- na maioria dos casos, quebradas. Assim, não é possível implantar sem adaptções um sistema de TV digital desenhado para países em que mais de 90% dos consumidores são clientes de TV a cabo.

"Não está decidido qual padrão será adotado", afirmou Costa. "O governo está coordenando um esforço brasileiro de capacitação tecnológica nessa área." Cerca de 1 200 cientistas e técnicos de 90 instituições estão empenhados no desenvolvimento de ferramentas e adaptações para que seja possível testar a TV digital durante a Copa de 2006, através de transmissões na cidade de São Paulo.

Em 10 de dezembro a Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), de Campinas, vai divulgar um relatório técnico sobre os sistemas de TV digital disponíveis, que o ministro das Comunicações qualificou como palavra final do ponto de vista técnico. "A decisão será técnica, não política, e os três padrões estão sendo considerados", disse Costa. "Agora, abrir mão de royalties, por escrito, como fizeram os japonses, ajuda muito. Os europeus não oficializaram qualquer proposta de redução de custo."

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