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Mundo está sem sincronia - e isso é bom, diz Morgan Stanley

Política monetária e crescimento estão caminhando para lados opostos em diferentes lugares do mundo, o que pode esticar o atual ciclo da economia global

Técnicos trabalham em uma das faces do Big Ben em Londres (Toby Melville/Reuters)

João Pedro Caleiro

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 12h40.

São Paulo - Desde a crise financeira de 2008, o crescimento da economia global tem acelerado lentamente e de forma bem irregular - que o diga a diferença entre os números de Estados Unidos , Europa, China e Brasil, para ficar só em alguns exemplos.

Mas essa recuperação tímida e dessincronizada pode na verdade ser uma ótima notícia, de acordo com um relatório estratégico de investimento lançado essa semana pelo banco americano Morgan Stanley .

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"As dinâmicas de crescimento e política monetária seguem altamente dessincronizadas no mundo desenvolvido e emergente. Isso reduz a probabilidade de superaquecimento e é uma das razões pelas quais acreditamos que a expansão global atual pode acabar sendo uma das mais longas já registradas", diz o texto.

Um ciclo vigoroso de crescimento costuma gerar as sementes da próxima recessão, mas o banco diz que esse processo mal começou. Um bom exemplo é os Estados Unidos, onde os últimos 5 anos de crescimento ininterrupto ocorreram com dívida em queda e sem grande alavancagem do sistema financeiro.

Moral da história: se a situação é confortável assim no mercado teoricamente já mais aquecido, a margem para estímulo é ainda maior em lugares como Japão e Europa.

O desmonte gradual do programa de compra de ativos do banco central americano já em curso, por exemplo, pode ser compensado parcialmente por um processo semelhante na Europa, só que na outra direção, como indicam as últimas medidas anunciadas pelo presidente do Banco Central Europeu .

Há uma divergência forte dentro dos próprios emergentes: o Morgan Stanley projeta um crescimento para o Brasil de 0,2% em 2014 e 0,3% em 2015 e para a Índia de 5,3% este ano e 6,3% no ano que vem.

Com tanto desequilíbrio, há sempre espaço para um lado puxar o outro para cima ou para baixo, e com isso a economia global poderá crescer "mais devagar, mas por mais tempo", nas palavras do banco, evitando uma nova recessão global em um futuro próximo.

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