Michel Temer: o afastamento da presidente Dilma Rousseff estaria por trás do avanço na confiança de consumidores e empresários (Reuters/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2016 às 17h09.
Rio - A melhora recente no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve influência da troca de comando no País, avaliou nesta sexta-feira, 12, Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O afastamento da presidente Dilma Rousseff, substituída pelo presidente em exercício, Michel Temer, estaria por trás do avanço na confiança de consumidores e empresários, o que tem estimulado a atividade econômica, acredita o pesquisador.
O Monitor do PIB-FGV - que busca antecipar o desempenho da atividade econômica a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial - indica que a economia brasileira encolheu 0,2% no segundo trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior, o melhor desempenho desde o quarto trimestre de 2014, quando avançou 0,26%, também na margem.
"Eu acho que a mudança de governo fez toda a diferença, embora os resultados sejam muito recentes. Acho que está havendo melhora mesmo na confiança do consumidor e um pouco do empresário", justificou Considera.
Segundo o coordenador da FGV, embora a atividade permaneça no negativo, o pior momento já ficou pata trás. "O fundo do poço foi em junho de 2015. Desde então vem melhorando. O PIB ainda não está positivo, mas a queda está bem menor. Você tem uma melhora consistente", ressaltou.
Na comparação mensal, a atividade econômica registrou crescimento de 0,47% em junho ante maio, a taxa mais positiva desde julho de 2014, de acordo com o Monitor do PIB.
No segundo trimestre do ano ante igual período de 2015, a queda foi de 3,5%, a menos acentuada desde o segundo trimestre de 2015, quando o recuo foi de 3,0%. A redução no ritmo de perdas foi provocada pela melhora na indústria e pela deterioração menor que o previsto nos serviços, explicou Considera.
"O PIB está ali na beirinha de zerar e ficar positivo", observou o pesquisador da FGV.