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Muçulmanos da França negam envolvimento com assassino

Líderes muçulmanos e políticos alertam para o fato de que sua religião nada tem a ver com o comportamento do suposto autor do assassinato de 7 pessoas nos últimos dias

Judeus ultraortodoxos carregam um dos corpos durante a cerimônia de enterro, em Jerusalém, das vítimas da matança: três crianças judias foram mortas (Menahem Kahana/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2012 às 15h49.

Paris - Desde o anúncio de que o suspeito da matança de Toulouse era um argelino com ligação com a rede Al-Qaeda, líderes muçulmanos e políticos alertam para o fato de que sua religião nada tem a ver com o comportamento desse personagem.

"Os atos cometidos estão em total contradição com os fundamentos do Islã", declarou Mohammed Mussaoui, presidente do Conselho francês do Culto Muçulmano (CFCM). "Os muçulmanos da França estão mesmo ofendidos com aqueles que atribuem ao suspeito o pertencimento a esta religião", acrescentou.

O reitor da mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, considerou que não se deve fazer "uma ligação entre a religião muçulmana que é 99,9% pacífica, cidadã, responsável, não violenta e completamente integrada no país, com um determinado tipo de gente que está decidida a fazer um mal atroz". O número de muçulmanos na França é calculado em pelo menos 4 milhões de pessoas.

A liderança muçulmana foi recebida de manhã pelo presidente Nicolas Sarkozy, em companhia de representantes judeus.

"Nossa presença aqui, juntos" demonstra "um fato fundamental: deve ser excluída qualquer possibilidade de querer estabelecer uma ligação entre o Islã da França, que é uma religião como todas as outras, e este personagem, que se soma ao movimento islamita jihadista, e à rede Al-Qaeda", disse o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas (Crif) Richard Prasquier.

Ao final desta audiência, Nicolas Sarkozy fez um apelo à população a não "ceder nem à tentativa de envolvimento, feita pelo suspeito, nem à vingança". "O terrorismo não conseguirá dividir nossa comunidade nacional", destacou.

Como Nicolas Sarkozy, a maior parte dos candidatos à eleição presidencial de 22 de abril e 6 de maio, cuja campanha foi praticamente suspensa desde segunda-feira, demonstraram apreensão. O socialista François Hollande disse esperar que a operação em curso "chegue ao final o mais rápido possível para acabar com um sentimento de angústia insuportável".

Os candidatos participam, agora à tarde, do funeral, em Montauban, dos três soldados também abatidos pelo autor da matança na escola.


Em sentido oposto a estes apelos à concórdia, a candidata da Frente Nacional (extrema-direita) Marine Le Pen declarou que "o assassino é um homem que se considerava muçulmano antes de ser francês" e que o "risco fundamentalista vem sendo subestimado" na França.

"Grupos político-religiosos se desenvolvem em meio a um certo laxismo. É preciso, agora, dirigir nossa luta contra grupos político-religiosos fundamentalistas que matam nossas crianças cristãs, nossos jovens cristãos, e crianças e jovens judeus, como aconteceu há dois dias", acrescentou.

Marine Le Pen, que está com 17% das intenções de voto nas pesquisas sobre as eleições presidenciais, atrás de Nicolas Sarkozy e François Hollande, vinha se mantendo discreta desde o massacre de segunda-feira, em meio à acusação por alguns, como centrista François Bayrou e o candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, de ter reforçado um clima de intolerância na França.

Até a identificação do principal suspeito, uma das pistas mais frequentemente citadas era a de crimes racistas e antissemitas cometidos por um adepto dos discurtos da extrema-direita.

Para Marine Le Pen, "todos os que tentam se aproveitar politicamente dos assassinatos são pessoas desqualificadas".

"A extrema-direita procura surfar sobre a situação", resumiu Bayrou enquanto que o partido de Mélenchon voltou a denunciar a atuação da Frente Nacional".

A questão, agora, é saber se o presidente-candidato que, segundo as pesquisas, deve ser derrotado no segundo turno por François Hollande, vai tirar proveito da detenção do assassino e de sua posição de garantidor da unidade nacional.

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Paris - Desde o anúncio de que o suspeito da matança de Toulouse era um argelino com ligação com a rede Al-Qaeda, líderes muçulmanos e políticos alertam para o fato de que sua religião nada tem a ver com o comportamento desse personagem.

"Os atos cometidos estão em total contradição com os fundamentos do Islã", declarou Mohammed Mussaoui, presidente do Conselho francês do Culto Muçulmano (CFCM). "Os muçulmanos da França estão mesmo ofendidos com aqueles que atribuem ao suspeito o pertencimento a esta religião", acrescentou.

O reitor da mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, considerou que não se deve fazer "uma ligação entre a religião muçulmana que é 99,9% pacífica, cidadã, responsável, não violenta e completamente integrada no país, com um determinado tipo de gente que está decidida a fazer um mal atroz". O número de muçulmanos na França é calculado em pelo menos 4 milhões de pessoas.

A liderança muçulmana foi recebida de manhã pelo presidente Nicolas Sarkozy, em companhia de representantes judeus.

"Nossa presença aqui, juntos" demonstra "um fato fundamental: deve ser excluída qualquer possibilidade de querer estabelecer uma ligação entre o Islã da França, que é uma religião como todas as outras, e este personagem, que se soma ao movimento islamita jihadista, e à rede Al-Qaeda", disse o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas (Crif) Richard Prasquier.

Ao final desta audiência, Nicolas Sarkozy fez um apelo à população a não "ceder nem à tentativa de envolvimento, feita pelo suspeito, nem à vingança". "O terrorismo não conseguirá dividir nossa comunidade nacional", destacou.

Como Nicolas Sarkozy, a maior parte dos candidatos à eleição presidencial de 22 de abril e 6 de maio, cuja campanha foi praticamente suspensa desde segunda-feira, demonstraram apreensão. O socialista François Hollande disse esperar que a operação em curso "chegue ao final o mais rápido possível para acabar com um sentimento de angústia insuportável".

Os candidatos participam, agora à tarde, do funeral, em Montauban, dos três soldados também abatidos pelo autor da matança na escola.


Em sentido oposto a estes apelos à concórdia, a candidata da Frente Nacional (extrema-direita) Marine Le Pen declarou que "o assassino é um homem que se considerava muçulmano antes de ser francês" e que o "risco fundamentalista vem sendo subestimado" na França.

"Grupos político-religiosos se desenvolvem em meio a um certo laxismo. É preciso, agora, dirigir nossa luta contra grupos político-religiosos fundamentalistas que matam nossas crianças cristãs, nossos jovens cristãos, e crianças e jovens judeus, como aconteceu há dois dias", acrescentou.

Marine Le Pen, que está com 17% das intenções de voto nas pesquisas sobre as eleições presidenciais, atrás de Nicolas Sarkozy e François Hollande, vinha se mantendo discreta desde o massacre de segunda-feira, em meio à acusação por alguns, como centrista François Bayrou e o candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, de ter reforçado um clima de intolerância na França.

Até a identificação do principal suspeito, uma das pistas mais frequentemente citadas era a de crimes racistas e antissemitas cometidos por um adepto dos discurtos da extrema-direita.

Para Marine Le Pen, "todos os que tentam se aproveitar politicamente dos assassinatos são pessoas desqualificadas".

"A extrema-direita procura surfar sobre a situação", resumiu Bayrou enquanto que o partido de Mélenchon voltou a denunciar a atuação da Frente Nacional".

A questão, agora, é saber se o presidente-candidato que, segundo as pesquisas, deve ser derrotado no segundo turno por François Hollande, vai tirar proveito da detenção do assassino e de sua posição de garantidor da unidade nacional.

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