Economia

Mourão volta a defender imposto sobre operações financeiras

Novo tributo é defendido pelo Ministério da Economia, mas não foi incluído na proposta de reforma tributária, uma vez que não é bem visto no Congresso

"Se vai desonerar a folha de pagamento das empresas, teríamos que dar uma compensação", disse Mourão (Adriano Machado/Reuters)

"Se vai desonerar a folha de pagamento das empresas, teríamos que dar uma compensação", disse Mourão (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de julho de 2020 às 13h10.

Última atualização em 29 de julho de 2020 às 17h15.

O vice-presidente Hamilton Mourão voltou a defender, nesta quarta-feira, a discussão em torno de um novo tributo sobre operações financeiras no modelo da antiga CPMF para compensar a desoneração da folha de pagamento das empresas, mas admitiu que caberá ao Congresso decidir sobre o tema.

"Essa discussão em torno do imposto sobre transações financeiras está muito ligada a uma substituição. Se você vai desonerar a folha de pagamento das empresas, que seria uma forma de abrirmos espaços para contratações, então teríamos que dar uma compensação", disse Mourão em entrevista ao vivo pela internet ao jornal Diário de Pernambuco.

O novo tributo é defendido pelo Ministério da Economia, mas não foi incluído na parte da proposta de reforma tributária entregue ao Congresso pelo ministro Paulo Guedes na semana passada, uma vez que não é bem visto pelos parlamentares.

Mais para frente, a equipe econômica planeja avançar com outras propostas de mudanças tributárias e nesse cenário tem se falado sobre a possibilidade de um imposto sobre transações financeiras relacionado à desoneração da folha de pagamento das empresas.

Mourão vem se associando à equipe econômica e defende que não se pode evitar o debate, que deve ser feito no Congresso. O vice-presidente afirmou que a carga tributária no Brasil é elevadíssima e se destina atualmente a sustentar "um Estado extremamente obeso".

O vice-presidente descreveu o sistema tributário brasileiro como "complexo e caro", mas disse que no momento não é possível reduzir a carga e por isso é necessário discutir alternativas, sendo que o Congresso Nacional terá a palavra final.

"A discussão está em torno desse imposto, que não é nenhuma novidade, mas, como eu tenho dito, tudo passa pelo Congresso. O Congresso será o local onde essa questão será debatida", afirmou.

Bolsonaro competitivo

Na mesma entrevista, Mourão também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro deve chegar às eleições presidenciais de 2022 "extremamente competitivo" e que o ideal seria que o presidente cumprisse dois mandatos.

De acordo com o vice-presidente, o governo federal precisa resolver dois problemas: solucionar o déficit fiscal e avançar nas questões de segurança pública, saúde e educação para que, nas próximas eleições, não haja um retorno a uma "visão anterior".

"Julgo que o trabalho que o presidente Jair Bolsonaro vem realizando dará bons frutos e ele chegará em 2022 extremamente competitivo", afirmou Mourão.

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