Economia

Mourão diz que capital de risco é bem-vindo no país e defende garantias

General ressalvou que capital deve ser usado em obras e defendeu que sejam adotadas garantias aos investidores, como um "dólar médio"

Hamilton Mourão: general defendeu uma abertura "lenta, gradual e segura" da economia (Adriano Machado/Reuters)

Hamilton Mourão: general defendeu uma abertura "lenta, gradual e segura" da economia (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 16h18.

Brasília - O vice-presidente eleito, general da reserva Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira, 29, que o capital estrangeiro é bem-vindo no país, desde que seja para a participação em obras, e defendeu que sejam adotadas garantias aos investidores, como a adoção de um "dólar médio".

O general, que também defendeu uma abertura "lenta, gradual e segura" da economia, lembrou que a ampliação de investimentos públicos depende de disciplina fiscal e aproveitou para defender a aprovação, ainda no primeiro semestre de 2019, da reforma da Previdência.

"Os investimentos estrangeiros são muito bem-vindos, mas desde que seja capital de risco. É para construir estrada, construir ferrovia e outras coisas. Não é empréstimo, não queremos empréstimo pura e simples, porque esse filme a gente já viu e sabe que não dá certo", disse o vice-presidente eleito, em evento sobre infraestrutura e transportes.

Sobre as garantias a serem oferecidas a investidores, citou como exemplo a adoção de uma espécie de seguro cambial.

"Talvez fosse o caso de se estudar um dólar médio, vamos colocar assim, estaria atrelado a esse dólar médio. Se isso subir, isso tem que ser compensado pelo governo. Se descer, a empresa está com seu lucro mais assegurado ainda. São essas ideias que estão norteando o nosso planejamento", afirmou. Depois, a jornalistas, acrescentou que a garantia é apenas uma ideais e a definição caberá ao novo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Sobre a área de infraestrutura, disse que as últimas grandes obras do país foram realizadas no final do regime militar e que de lá para cá pouco foi feito. O vice-presidente eleito defendeu a retomada de investimentos públicos mas afirmou, por outro lado, que as rodovias devem ser alvo das primeiras privatizações do governo.

Mourão defendeu ainda que sejam adotados outros modais de transporte, e afirmou que a escolha de um único modal de transporte foi uma "escolha errada". "Em um país com a extensão do nosso, que roda todinho no lombo do caminhão, somos reféns de uma classe", disse. Em maio, o Brasil enfrentou uma greve de caminhoneiros que paralisou o país.

Além da defesa enfática da reforma da Previdência, da reforma tributária e da desregulamentação do país, Mourão defendeu a total desvinculação do Orçamento para "desengessar" os recursos e permitir que o Congresso possa de fato elaborar a lei orçamentária e direcionar os recursos.

Reconheceu, aliás, que a relação com o Legislativo irá exigir habilidade do novo governo. "Trabalho não é pouco. Vai exigir uma articulação enorme com o Congresso", afirmou, acrescentando ter "certeza" da compreensão e do apoio dos parlamentares.

Acompanhe tudo sobre:Capital de riscoeconomia-brasileiraHamilton MourãoInvestidores

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor