Economia

Morgan Stanley vê recuperação do real

Para banco, há uma luz no fim do túnel para o país e para o real


	Morgan Stanley: para banco, há luz no fim do túnel para o real
 (Spencer Platt/AFP)

Morgan Stanley: para banco, há luz no fim do túnel para o real (Spencer Platt/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2016 às 16h03.

Londres - O banco Morgan Stanley começa a ver uma luz no fim do túnel para o Brasil, especialmente para o real. A instituição financeira diz que a melhora das contas externas, o interesse dos investidores estrangeiros e algum sinal de reação do governo corroboram com a percepção de que o Brasil pode estar vivendo o período final do ciclo de enfraquecimento do real. O banco acredita que a moeda ainda perderá valor nos próximos meses, mas deve começar a se recuperar no segundo semestre.

A equipe de pesquisa de câmbio do Morgan Stanley em Londres concluiu nesta semana a primeira atualização do cenário para o mercado de câmbio global em 2016. O documento traz um tom menos pessimista com o Brasil. "Sinais de que investidores de longo prazo começam a ver valor no Brasil combinados com a melhora das contas externas sugerem que esta pode ser a fase final do enfraquecimento do real", dizem os analistas da casa.

Segundo eles, o segundo semestre "será mais construtivo" para a moeda.

Consolidação. No entanto, o banco avalia que ainda é preciso uma reação mais assertiva do governo para consolidar a mudança. "A crise pode levar a uma resposta das autoridades, o que pode ser o catalisador para uma guinada do real."

Apesar de estar mais otimista com o real, o banco ainda mantém a sugestão de que clientes permaneçam "vendidos" na moeda brasileira porque a guinada não deve acontecer no primeiro semestre. Ou seja, a casa recomenda ficar longe dos ativos em moeda brasileira. Por enquanto, a recomendação é preferir ativos no México. "Ainda há riscos no Brasil que não estão completamente refletidos no preço do real", cita o relatório, ao mencionar que, até que a guinada aconteça, o real seguirá os fundamentos da economia.

Cenário

Após a forte queda do real no ano passado, o Morgan Stanley reconhece que muitos clientes estão ansiosos para voltar a investir no Brasil e aproveitar a grande taxa de juros do País. O banco, no entanto, diz que ainda não é tempo de comprar a moeda brasileira porque há riscos como a leniência do Banco Central com a inflação e a política fiscal frouxa e novos sinais de heterodoxia no governo. Eventuais erros do governo, como a venda das reservas internacionais, atrasarão a retomada do otimismo.

"O Brasil caiu 44% desde o começo de junho de 2014 e oferece 13 pontos de carry-trade. A tentação de entrar é compreensível. Mas nós não achamos que é tempo para isso. Ainda há um número de riscos no Brasil que não está completamente refletido no preço da moeda", dizem os analistas da área de câmbio do Morgan Stanley em Londres.

Entre os riscos, o Morgan Stanley cita o Banco Central. "A decisão de manter o juro e enviar uma mensagem positiva gera o risco de transmitir um sentimento de indiferença em relação às últimas expectativas de inflação mais alta", cita o documento.

No lado fiscal, o banco cita como risco as recentes mudanças na equipe econômica, aumento maior que o esperado em salários e a alta da oferta de crédito através dos bancos públicos. "Isso tudo sugere uma mudança na direção de uma mistura de políticas não ortodoxas vista entre 2011 e 2014", diz o banco.

No relatório, o banco Morgan Stanley prevê dólar a R$ 4,20 no primeiro trimestre de 2016, R$ 4,30 no segundo trimestre e R$ 4,50 no terceiro trimestre. A partir daí, a casa acredita que haverá inflexão das cotações para R$ 4,45 no quarto trimestre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:bancos-de-investimentoeconomia-brasileiraEmpresasEmpresas americanasMorgan StanleyReal

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega