Economia

Moradores reclamam de prédios do PAC alagados no Rio

Moradores dos apartamentos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, protestaram hoje contra as condições de moradia nas unidades inauguradas em dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As chuvas de sábado inundaram apartamentos em vários andares nos prédios, que já apresentavam rachaduras e infiltrações […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Moradores dos apartamentos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, protestaram hoje contra as condições de moradia nas unidades inauguradas em dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As chuvas de sábado inundaram apartamentos em vários andares nos prédios, que já apresentavam rachaduras e infiltrações antes do temporal. Alguns moradores estão desalojados.

"Meu apartamento no segundo andar alagou e fui para o de um amigo. Aqui, a água entrou pelo basculante da cozinha, que não fecha. Nos vizinhos, a água brotou por rachaduras nas paredes e pelos buracos para as lâmpadas", afirmou o síndico do Bloco 1, Thiago da Silva, de 25 anos. As rachaduras nas escadas de cinco blocos e em alguns apartamentos preocupam.

Orçadas em R$ 235 milhões, as obras em Manguinhos devem beneficiar 65 mil moradores com a construção de 1.774 unidades habitacionais, entre outras melhorias. A Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) informou que as os técnicos foram ao local e que as rachaduras já estão sendo tratadas

A professora Regina Bienenstein, do Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais da Universidade Federal Fluminense, alerta para o risco de degradação rápida. "Não se pode baixar o custo de um projeto habitacional em detrimento da qualidade. Até porque, se o morador não sair da condição de pobreza, ele não tem recursos para fazer a manutenção. Infelizmente, a tradição no país é a utilização de material de baixa qualidade", disse.

De acordo coma Defesa Civil do Rio, 3.048 pessoas estão desabrigadas. A situação é pior em São Gonçalo, na região metropolitana, com 3.015 desalojados - pessoas que podem contar com ajuda de vizinhos e familiares - e 33 desabrigados - as que perderam tudo e precisam dos abrigos públicos. O município ainda apresenta pontos de alagamento 48 horas após a chuva. No sábado, em cinco horas, choveu no Rio o equivalente ao índice pluviométrico do mês de março de 2009, que foi de 109,2 milímetros.

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