Brasília - A redução sucessiva da participação da indústria na formação do Produto Interno Bruto (PIB), nos últimos anos, mereceu um alerta nesta quinta-feira (20) do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Ele chama a atenção para o risco da supremacia das commodities na economia brasileira.

"Um país que construiu uma indústria manufatureira como o Brasil não pode admitir perda de importância nesse campo. Se não cuidarmos da agenda crítica da competitividade, o país vai continuar perdendo posição para mercados tradicionalmente cativos".

Segundo Monteiro Neto, há "uma certa commoditização da economia brasileira", tendência contrária ao desenvolvimento da indústria de transformação.

O representante da indústria também disse que o país já sofre perdas consideráveis, com a penetração de produtos asiáticos e que deve ser feita uma aliança competitiva e estratégica para que o país não amargue prejuízos de difícil reparação nos próximos anos.

Para Monteiro Neto, "a experiência demonstra que os países que crescem pela indústria têm um crescimento de melhor qualidade". Ele reclama que o setor está excessivamente prejudicado pelo preço da energia elétrica, já que, segundo ele, grande parte da carga tributária nos estados e na União vai para o custo da energia.

As declarações de Monteiro Neto foram feitas depois da apresentação de uma agenda de desenvolvimento para o país que será submetida aos pré-candidatos à Presidência da República, no próximo dia 25, na sede da entidade em Brasília.