Indústria: o setor de autopeças trabalha atualmente com 68% de sua capacidade instalada (Rodolfo Buhrer/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 09h10.
São Paulo - A Mercedes-Benz iniciou o ano operando com apenas 30% da capacidade produtiva da fábrica de caminhões e ônibus de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, porcentual mantido nos últimos três anos. Hoje, já opera com 55% em um turno de trabalho, e pode reduzir ainda mais o nível de ociosidade nos próximos meses.
Ao longo do segundo semestre, a montadora encerrou todos os programas de corte de produção, como redução de jornada e lay-off (suspensão de contratos de trabalho) e, desde novembro, há expediente normal na fábrica em dois sábados por mês para atender demandas do mercado interno e exportações. A jornada extra será mantida, em princípio, até abril.
"Se a demanda continuar aquecida vamos avaliar trabalho extra em mais sábados e, se preciso, voltar a operar em dois turnos e eventualmente realizar contratações", diz o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Philipp Schiemer.
Em janeiro, a fábrica que hoje emprega cerca de 5 mil operários nas linhas de produção receberá o reforço de 86 aprendizes que concluíram cursos de profissionalização neste ano. "Não efetivávamos aprendizes há dois ou três anos", diz Schiemer. Em quatro anos, a fábrica dispensou mais de 5 mil trabalhadores.
O setor de autopeças trabalha atualmente com 68% de sua capacidade instalada, porcentual que não era atingido desde 2015. Em maio do ano passado as fabricantes de peças atingiram o nível mais baixo dos últimos anos, com uso de apenas 48% da capacidade.
"Há uma melhora evidente e continuada nos últimos meses e provavelmente continuaremos vendo a redução da ociosidade nas fábricas", diz Dan Ioschpe, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). Antes da crise, em outubro de 2013, a média de utilização da capacidade das fábricas era de 75,5%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.