Moagem de cana do CS do Brasil crescerá 9% em 2012/13
Crescimento da produção será para 540 milhões de toneladas
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2012 às 15h06.
São Paulo - A moagem de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil na safra 2012/13 deverá crescer 9 por cento na comparação com a temporada passada, para 540 milhões de toneladas, com a recuperação na produtividade agrícola , um tempo mais favorável e um aumento da área plantada, previu nesta quarta-feira a Agroconsult em sua primeira projeção para o novo ciclo.
A moagem aumentará com um crescimento da área plantada de 3,5 por cento, para 7,46 milhões de hectares, com crescimento mais expressivo no plantio em Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais.
Além disso, a produção cresce com uma recuperação estimada na produtividade agrícola de 5,4 por cento, para 72,3 toneladas por hectare, após uma fraca colheita na temporada passada, quando o clima afetou os resultados do setor.
"Existem vários números no mercado, a maioria, números pessimistas, entre 500 e 520 milhões de toneladas (a moagem), um ou outro se arrisca a falar um pouco mais. Mas a gente tem contato com cerca de 60 usinas, e na média esse pessoal espera aumento de produtividade... que chega em alguns casos a até 18 por cento, acima do que vemos para região (5,4 por cento)", disse à Reuters o analista da Agroconsult Fábio Meneghin.
São Paulo, Estado que responde por mais da metade da produção de cana do Brasil, deverá ajudar no aumento da produtividade, pois recebeu mais chuvas do que no ano anterior e em volumes dentro da média histórica.
"Esperamos um aumento bom de produtividade, e o nosso número é baseado não somente em chuvas, mas no aumento de vendas de fertilizantes... a combinação de mais adubo e chuvas dá pra estimar um aumento da produtividade média da cana...", acrescentou.
A consultoria notou que as vendas de fertilizantes para cana-de-açúcar cresceram em torno de 30 por cento em 2011, refletindo uma maior taxa de renovação dos canaviais e indicando uma recuperação da produtividade das soqueiras.
A consultoria não vê recuperação na produtividade da cana no sul de Mato Grosso do Sul e norte do Paraná, onde choveu menos do que a média nos últimos meses, em meio ao fenômeno climático La Niña.
"Mesmo com esses probleminhas mais localizados, a gente espera uma safra com recuperação boa", disse Meneghin, acrescentando que a área colhida poderá até ser maior do que a estimada, dependendo do andamento da safra, se for possível processar no final deste ano a cana de áreas renovadas -o setor tem atualmente uma capacidade de moagem maior do que o volume de cana produzido.
Em 11/12, a indústria do maior produtor e exportador de açúcar do mundo sofreu também com o baixo rendimento agrícola devido ao envelhecimento dos canaviais, após investimentos insuficientes nas lavouras decorrentes dos efeitos da crise financeira iniciada em 2008, algo que começa a ser revertido.
Com o crescimento da moagem em 12/13, a produção de açúcar do centro-sul - principal região produtora de cana, respondendo por cerca de 90 por cento da colheita nacional - foi prevista em 33 milhões de toneladas, ante 31,3 milhões de toneladas em 11/12.
Já a produção de etanol da região foi projetada em 23,8 bilhões de litros, ante 20,6 bilhões litros em 11/12, aumento de mais de 15 por cento.
Recuperação
Na temporada passada, por conta de adversidades climáticas, como seca e até geadas em algumas áreas, o Brasil verificou a primeira queda na moagem em uma década -o processamento no país foi estimado em 611 milhões de toneladas em 12/13, ante 564 milhões de toneladas em 11/12 e contra 624 milhões em 10/11.
Assim, o crescimento em 12/13 é visto pela indústria apenas como uma recuperação após um ciclo ruim. Pelo número da Agroconsult, a moagem do centro-sul na próxima temporada ainda ficará inferior à registrada em 2010/11, quando a região processou 556,9 milhões de toneladas.
A Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) havia feito avaliação semelhante na semana passada, em entrevista à Reuters.
A Agroconsult também concorda com a entidade que reúne as empresas do centro-sul sobre a perspectiva de um início tardio da moagem na temporada 2012/13, em relação à safra passada. Mas vê um atraso maior do que a Unica, que acredita em cerca de dez dias de postergação ante 11/12.
Segundo a consultoria, a moagem do centro-sul começará em 16 de abril, contra 1o de março do início da temporada 11/12.
Esse atraso, se preocupa o mercado em termos de oferta, poderá ser positivo para a produção de cana.
"Devido ao melhor desenvolvimento vegetativo e a um início de safra mais tardio, o ATR (Açúcar Total Recuperável) de 2012/13 deverá ser 2,3 por cento maior", disse a Agroconsult em relatório.
Prevendo preços mais fracos de açúcar no mercado internacional, diante de um novo superávit global, a Agroconsult prevê um aumento do volume de cana para a produção de etanol, para 53,8 por cento, ante 51,4 por cento na temporada passada. O volume de matéria-prima para açúcar cairá para 46,2 por cento.
São Paulo - A moagem de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil na safra 2012/13 deverá crescer 9 por cento na comparação com a temporada passada, para 540 milhões de toneladas, com a recuperação na produtividade agrícola , um tempo mais favorável e um aumento da área plantada, previu nesta quarta-feira a Agroconsult em sua primeira projeção para o novo ciclo.
A moagem aumentará com um crescimento da área plantada de 3,5 por cento, para 7,46 milhões de hectares, com crescimento mais expressivo no plantio em Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais.
Além disso, a produção cresce com uma recuperação estimada na produtividade agrícola de 5,4 por cento, para 72,3 toneladas por hectare, após uma fraca colheita na temporada passada, quando o clima afetou os resultados do setor.
"Existem vários números no mercado, a maioria, números pessimistas, entre 500 e 520 milhões de toneladas (a moagem), um ou outro se arrisca a falar um pouco mais. Mas a gente tem contato com cerca de 60 usinas, e na média esse pessoal espera aumento de produtividade... que chega em alguns casos a até 18 por cento, acima do que vemos para região (5,4 por cento)", disse à Reuters o analista da Agroconsult Fábio Meneghin.
São Paulo, Estado que responde por mais da metade da produção de cana do Brasil, deverá ajudar no aumento da produtividade, pois recebeu mais chuvas do que no ano anterior e em volumes dentro da média histórica.
"Esperamos um aumento bom de produtividade, e o nosso número é baseado não somente em chuvas, mas no aumento de vendas de fertilizantes... a combinação de mais adubo e chuvas dá pra estimar um aumento da produtividade média da cana...", acrescentou.
A consultoria notou que as vendas de fertilizantes para cana-de-açúcar cresceram em torno de 30 por cento em 2011, refletindo uma maior taxa de renovação dos canaviais e indicando uma recuperação da produtividade das soqueiras.
A consultoria não vê recuperação na produtividade da cana no sul de Mato Grosso do Sul e norte do Paraná, onde choveu menos do que a média nos últimos meses, em meio ao fenômeno climático La Niña.
"Mesmo com esses probleminhas mais localizados, a gente espera uma safra com recuperação boa", disse Meneghin, acrescentando que a área colhida poderá até ser maior do que a estimada, dependendo do andamento da safra, se for possível processar no final deste ano a cana de áreas renovadas -o setor tem atualmente uma capacidade de moagem maior do que o volume de cana produzido.
Em 11/12, a indústria do maior produtor e exportador de açúcar do mundo sofreu também com o baixo rendimento agrícola devido ao envelhecimento dos canaviais, após investimentos insuficientes nas lavouras decorrentes dos efeitos da crise financeira iniciada em 2008, algo que começa a ser revertido.
Com o crescimento da moagem em 12/13, a produção de açúcar do centro-sul - principal região produtora de cana, respondendo por cerca de 90 por cento da colheita nacional - foi prevista em 33 milhões de toneladas, ante 31,3 milhões de toneladas em 11/12.
Já a produção de etanol da região foi projetada em 23,8 bilhões de litros, ante 20,6 bilhões litros em 11/12, aumento de mais de 15 por cento.
Recuperação
Na temporada passada, por conta de adversidades climáticas, como seca e até geadas em algumas áreas, o Brasil verificou a primeira queda na moagem em uma década -o processamento no país foi estimado em 611 milhões de toneladas em 12/13, ante 564 milhões de toneladas em 11/12 e contra 624 milhões em 10/11.
Assim, o crescimento em 12/13 é visto pela indústria apenas como uma recuperação após um ciclo ruim. Pelo número da Agroconsult, a moagem do centro-sul na próxima temporada ainda ficará inferior à registrada em 2010/11, quando a região processou 556,9 milhões de toneladas.
A Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) havia feito avaliação semelhante na semana passada, em entrevista à Reuters.
A Agroconsult também concorda com a entidade que reúne as empresas do centro-sul sobre a perspectiva de um início tardio da moagem na temporada 2012/13, em relação à safra passada. Mas vê um atraso maior do que a Unica, que acredita em cerca de dez dias de postergação ante 11/12.
Segundo a consultoria, a moagem do centro-sul começará em 16 de abril, contra 1o de março do início da temporada 11/12.
Esse atraso, se preocupa o mercado em termos de oferta, poderá ser positivo para a produção de cana.
"Devido ao melhor desenvolvimento vegetativo e a um início de safra mais tardio, o ATR (Açúcar Total Recuperável) de 2012/13 deverá ser 2,3 por cento maior", disse a Agroconsult em relatório.
Prevendo preços mais fracos de açúcar no mercado internacional, diante de um novo superávit global, a Agroconsult prevê um aumento do volume de cana para a produção de etanol, para 53,8 por cento, ante 51,4 por cento na temporada passada. O volume de matéria-prima para açúcar cairá para 46,2 por cento.