Economia

Ministro francês pede à OMC fim de desequilíbrios

Segundo Arnaud Monteborug, o balanço do livre comércio mundial proposto pela organização é um desastre


	O ministro francês de Recuperação Produtiva, Arnaud Montebourg: ele disse que a OMC deve defender a indústria francesa e europeia
 (Thierry Zoccolan/AFP)

O ministro francês de Recuperação Produtiva, Arnaud Montebourg: ele disse que a OMC deve defender a indústria francesa e europeia (Thierry Zoccolan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2012 às 08h58.

Paris - O ministro francês de Recuperação Produtiva, Arnaud Montebourg, convocou nesta segunda-feira o diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Pascal Lamy, a colocar fim aos desequilíbrios do livre comércio.

O ministro respondia a declarações feitas no fim de semana por Lamy, que advertiu contra os perigos do "protecionismo patriótico".

"Sugiro a Pascal Lamy que se ocupe de reequilibrar as relações desequilibradas existentes entre nações industriais para defender hoje a indústria francesa e europeia", declarou Montebourg à emissora France Info.

"O balanço do livre comércio mundial proposto pela OMC é um desastre", afirmou.

"Permitiram a entrada da China na OMC sem nenhuma contrapartida (...). Há dez anos, tínhamos déficit zero com a China. Hoje, a França tem 25 bilhões de déficit com a China, a Alemanha tem 22 bilhões e a Eurozona 150 bilhões", argumentou.

"Se nós perdemos centenas de milhares de empregos na indústria, também é porque há uma concorrência desleal e uma mundialização escandalosamente desleal, a qual é necessário colocar fim", disse Montebourg.

Uma foto do ministro com produtos feitos na França foi publicada na semana passada na capa da revista Parisien Magazine com o objetivo de exortar os franceses a comprar "made in France".

Quando perguntado sobre a foto do ministro, Lamy advertiu no sábado contra qualquer "protecionismo patriótico".

"Não tenho nada contra o patriotismo econômico. Mas se isso deve se transformar em protecionismo patriótico, digo não, porque a economia internacional significa hoje que para exportar bem é preciso importar mais", disse o diretor da OMC.

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